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Sessão de 24 e 25 de Novembro de 1920

problemas que eu considerava como capitais.

Um aparte do Sr- Ministro das Finanças (Cunha Liai).

O Orador: — Eu nSo procuro a révan-che e cm nome do meu partido declaro a V. Ex.a que nos'colocamos em oposição ao Governo, na certeza de que sabemos quanto devemos a nós próprios, à República e á Pátria. (Apoiados).

Vozes:—Muito bem.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquiyráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Liai): — Sr. Presidente: o Sr. António Maria da Silva, republicano quo eu respeito muito pela intransigência da sua fé republicana, pela sua vivacidade nunca desmentida, parece que há dois dias está sofrendo de urna mania que eu posso denominar por «egocentrismo». S. Ex.a reputa-se o centro ;lo Universo, que o sol anda à volta da terra e que a lua de noite ilumina o espaço porque S. Ex.;i lá está colocado.

Quando aqui trouxe a minha proposta de lei, eu não falei no nome do Sr. António Maria da Silva, e V. Ex.as. que tanto prezam as suas qualidades de estadistas, que tanto dizem saber-se colocar neste lugar sem proferir palavras que não devem proferir, se quisessem notar a correcção coai quo defendi a minha proposta do lei haviam de constatar que eu não falei-no nome do Sr. António Maria da Silva. O que eu disse foi que o Estado vivia em relações ilegais com o Banco de Portugal o pedi à Câmara que me habilitasse a tornar essa situação legal, porque, estando o Parlamento a funcionar e preceituando um artigo da Constituição que é sua faculdade privativa autorizar emissões, não se compreendia que o Parlamento se não pronunciasse no sentido de fazer tudo voltar à legalidade. Eu não pronunciei ontão palavras de acusaçíio e, se essas palavras depois vieram, foi a falta de qualidades de estadista de S. Ex.a que a tal forçou. Ocuparei este lugar por pouco tempo, mas não sirvo de pela com que alguém brinque. Sói como estou o onde

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estou, não vim para aqui para ser uma vítima, mas para trabalhar pelo País. (Apoiados).

Não pronunciei quaisquer palavras de ataque, nem fiz qualquer insinuação. Fi-zerani-me insinuações e eu é que sou acusado de ter o privilégio de as dirigir !

O que eu disse é que alguém fizera insinuações e não eu. • Aparte que se não compreendeu.

O Orador:—Pus um princípio de exclusiva administração pública o nada mais. Se tive de apreciar a responsabilidade do Sr. António Maria da Silva, foi porque S. Ex.a me chamou para esse campo.

S. Ex.a praticou um acto ilegal e a~ile-galidade não serve de atenuante do crime. Mas o crime existe e mesmo que haja necessidade, pára o tribunal, de absolver o réu, nem por isso deixa o réu de ir ao tribunal.

(Aparte do Sr. António Maria da tiilva que se não percebeu).

O Orador: — Seja como for. Não conheço o facto. Mas já que falamos cm adiantamento, vamos apreciar as suas teorias constitucionais. V. Ex.a é tam observador da Constituição, invocando princípios que não existem, que combinou com um Sr. Deputado a apresentação de uma moção de censura ao Sr. Presidente da República (muitos apoiados), moção que não sei se o seu partido é capaz de a subscrever. (Apoiados).

. Quando estão pendentes da discussão projectos de lei, manifestações de actividade, quando eu seria capaz de manifestar toda a capacidade administrativa, de dar ao País toda a dedicação, quando se acusa injustamente uin Parlamento, em nome dos interesses sacratíssimos da minha terra, S. Ex.a impede-me de pôr em execução os meus projectos.

,; Então porque nos fazem cair, se o programa ministerial foi bem aceito ?

Se vamos resolver o problema financeiro, porque nos dizem: «Ponham-se daí para fora !».

E a única cousa que V. Ex.as tom para nos derrubar é o número e não a razão.