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Diário da Câmara doa

Pode aíirmar-se quo eles têm no seu passado uma luta constante em defesa dos princípios, que os levaram àquele lugar. Mas se isto íoi confirmado por todos os lados da Câmara,, pelos leaders dos partidos e pelo Presidente do Ministério que acabou de sair, °se isto é reconhecido, se se fez o elogio daqueles homens, nSo tendo nenhum sido atacado, como é que, la-zeudo-se o elogio dos homens, se pode concluir que homens tain aptos, sob o ponto de vista republicano e da competência, não farão uma obra produtiva, tanto mais que neles se reúne um conjunto do boas qualidades 'e virtudes? (Apoiados).

Bem digo eu. Bem o sentimos todos nós, infelizmente, tudo o vem confirmar.

Há mais do que política. Há ressentimentos pessoais, misturados neste debate,' que é bom afastar. (Apoiados}.

Este Governo, longe de apresentar à Câmara uma questão política, apresentou uma questão administrativa, e nós estamos aqui para administrar os bens do País, para regular os assuntos que interessam à Nação, e, £ se os actos do Go-vGriio, &ub u ponto do vista económico e financeiro, merecem o nosso aplauao, para que havemos de o fazer cair?!

^ Se ncão ó pelos seus actos, nem pelos seus homens, porque é então?

De resto, argumenta-se que o Governo é inconstitucional. Ficou bem esclarecido não ter isto fundamento. Os Srs. António Graujo e José Barbosa disseram que o Governo havia sido constituído segundo os preceitos da Constituição. Nem outra cousa seria do esperar. Quem lutou em todos os campos para o estabelecimento da Constituição, certamente a não quere ver infringida.

O Sr. Presidente do Ministério será respeitador da Constituição..Nem se acreditaria que quem nunca hesitou em a defender com heroísmo, possa querer sentar-se naquele lugar, tentando rasgar essa Constituição. Seria uma contradição indigna do seu carácter. (Apoiados}.

S. Ex.a administrativamente ocupa a situação que ocuparam muitos membros do Partido Eepublicano Português, daqueles que querem a união dos republicanos, daqueles 'que, pregam aos seus correligionários os deveres, que não observam.

Por minha parto estou cumprindo o meu dever. É o que afirmo diante de uma as-semblea obcecada por um partidarisrno pessoal. Estou tam certo de que estou cumprindo o meu dever e sou coerente comigo próprio, que eu desde os tempos da monarquia e nos tempos primeiros da República preguei sempre a união de todos os esforços, indispensáveis à realização do programa republicano.

Fora deste Parlamento, quando apenas constituía uma parcela daquele juízo público que nos está julgando a todos, quando estava no organismo mais íorte do regimen, naquele baluarte que no Porto existia para a defesa da Bepúblira, nos corpos dirigentes dessa agremiação, eu dizia ser necessário que o Parlamento se entendesse para sustentar um Goxêrno. Disse isto na cidade do Porto, quando a República estava em perigo.

Se eles se não entendem uns com os outros, é preciso que o povo republicano os obrigue a eiitenderom-se, dizia eu.

Tenho a responsabilidade de ter redigido esse manifesto, que chegou ainda a circular!

Se o movimento iião se tornou ostensivo, foi porque nessa altura se organizou o Governo do Sr. Duarte Leite.

Procurámos o Governador Civil e dissemos-lho o que se tinha feito.

É assim que os republicanos se manifestam perante as autoridades da República.

Eu não desejo agradar àqueles que não têm outro norte se não o do Poder; eu só quero viver com aqueles que têm fé.

Até ia foi decretada a minha excomunhão, não sabendo por que Papa Negro...

O Sr. Vergilio Costa (em aparte): — Naturalmente o Barrabás. Risos.

O Orador: — Porquo me excomungam?

Excomungam-me tão somente porque tenho e conservo princípios de liberdade e de democracia; no cérebro porque sou estruturalmente republicano, e no sangue porque nas veias me giram esses princípios. (Apoiar) os].

;. Como se compreende então que o Papa Negro me queira excomungar?!