O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1.4

Diário da Câmara doa Deputadas

pios da verdade, quero aasim falar, e a verdade, contudo..já me tem feito sofrer bastante.

O Orçamento dá como receita para o Estado 214:000 contos, e déficit 2t>5:000 contos, com tendências para mais e não para menos.

Parece-me que os números aterradores devem .dar aos Srs. Deputados a medida •da situação. (Apoiados).

Cada mn dos Srs. Deputados terá assim a idea do perigo em que estamos. (Apoiados).

O aumento da circulação fiduciária que foi proposto por mim, no Parlamento, e aprovado, não irá além de Abril.

Qaere dizer que ele será já insuficiente para permitir ao Estado ocorrer a todas as despesas no ano económico que vai passando.

; Chegou a hora em que os homens do meu país têm que meditar!

Chegou a hora em que os interesses do país estão acima dos interesses individuais. (Apoiados).

A desordem nos espíritos 6 tremenda, principalmente da parte das classes dirigentes.

Como V. Ex.as sabem, há dois anos a esta parte, tem se inscrito no Orçamento Geral do Estado a quantia de 15:000 contos para despesas resultantes da crise económica, mas essa verba não è exacta, e por isso resolvi incluir verbas muito maiores, para que os Governos futuros não tenham necessidade de recorrer a créditos extraordinários.

A época é do sacrifícios para todos os povos, mas existe anichado no canto ocidental da Europa um povo que prima pela falta do respeito às tradições, pela mentira e pelo egoísmo.

São 6.000.000 de pequenos egoístas, navegando à superfície dos maros procelosos da traição à Pátria e do ódio à Ke-pública.

Xós não fizemos sacrifícios, continuo a afirmá-lo.

Os nossos impostos têm-se mantido quási estacionários.

Que esta hora seja uma hora de reflexão para todos.

São os homens cousa muito pequena perante os interesses superiores da nacionalidade; pequenos, miseráveis e vis, quási sempre rastejando pela lama, valem.

muito pouco em comparação com os interesses da Pátria.

Oxalá que as paixões se calem e lhes suceda uma hora de raciocínic e de reflexão.

Oxalá que essas mesquinhas e,miseráveis paixões, saídas de todos os canos de esgoto, para onde certas almj.s se atiram oxalá que esse fétido, que êss^ aroma de* maldade e de putrefacções, aos não venha envenenar mais ainda.

Pois há alguma cousa mais justo do que exigir àqueles que possuem, que paguem o necessário para melhorar a situação .do país, que é a situação deles também, que é a situação ie nós Iodos?!'

Cresceram muito as despesas, mas não tanto como poderá parecer à primeira vista.

Não vou aqui apresentar dados claros e nítidos, porque me faltou o lempo para colhê-los.

E certo que os Orçamentos inscrevem deficits fantásticos, mas a verdade é que os duodécimos que aqui têm sido votados não correspondem à 12,a parte da verba inscrita para as despesas.

Houve sempre a preocupação de diminuir o pesadelo da aterradora realidade do nosso déficit.

Este é o Orçamento que o Ministro das Finanças tem a honra de apresentar à consideração e exame da Oãnura.

Repito que a falta de tempo, os muitos afazeres por que tenho sido assoberbado, a defesa intransigente e contínua dos interesses do Estado, feita através de todas as dificuldades e campanhas, não me permitiram ter hoje pronto para apresentar a V. Ex.as um exemplar, a cf,da um, do Orçamento e respectivo relatório ; mas para cumprir um preceito constitucional, envio para a Mesa,o Orçamento reservando-me para, na próxima sessLo, fazer a distribuição, pelos Srs. Depttados, do mesmo Orçamento.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem !

O orador não reviu.