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Diário da Câmara dot Deputados

próprio se louvou na opinião dos Srs. Ferreira da Kocha e Leio Portela!

S. Ex.a não trouxe a esta discussão um único argumento. Tomando como boas as doutrinas expostas por aqueles dois Srs. Deputados, citou catedràticamente a lei n.° 373 e mais nada.

S. Ex.a está Intimamente consubstanciado com o parecer dos dois Deputados liberais. É caso para o felicitar.

Desta vez os conservadores conseguiram convencer os radicais e oxalá que dessa união algum fruto agradável venha para o país.

Certas afirmações do Sr. António Gran-jo, que registei nos meus apontamentos, levam-me a preguntar: se não posso abrir um concurso ou pelo menos tenho de o suspender, visto que, havendo um recurso pendente no Supremo Tribunal Administrativo, posso dar lugar a prejuízos para terceiros,

Aqui não se me diz isto; diz-se que só se pode entregar a Agência à Caixa Geral de Depósitos, mas não se prevê a hipótese de que não tenho de a entregar a ninguém.

Imaginemos que depois disto o Ministro das Finanças, mal humorado, dizia: vamo-nos embora, não há nada a fazer.

Meia dúzia de dias depois o Supremo Tribunal Administrativo dizia que a re-cisão não se podia efectivar e então, aproveitando todas as negociações feitas por mim, homologado esse parecer, aproveitando todas as démarches, levadas a cabo para o empréstimo, quem para aqui viesse trataria de fazer o mesmo que eu queria realizar. (Apoiados}. A não ser, porém, que os meus colegas e, sobretudo, o Sr. Presidente do Ministério tenham opinião contrária, o Ministro das Finanças não sairá daqui emquanto não vir a decisão do Supremo Tribunal Administrativo, se antes lhe não disserem que não tem confiança política para aqui estar. (Apoiados). Não nascemos agora e não andamos neste mundo por ver andar os outros. (Risos).

A questão, quanto ao Ministro das Finanças, está posta claramente. £ Servi mal os interesses do Estado? Ainda não mo -demonstraram.-

Disseram-se palavras, fizeram-se acusações, mas ainda ninguém disse como os podia servir melhor, e era isto o que a um velho republicano, o Sr. António Maria da Silva, eu desejaria ouvir. Desejaria que S. Ex.a me expusesse que recursos pensa que poderia obter fora daqueles meios que eu pretendo empregar para os conseguir. Desejaria que S. Ex.a, tanto mais que se não trata dum pleito entre mim e S. Ex,a, mas em que estão em causa os interesses nacionais, elucidasse o País e dissesse como poderia obter 1.200:000 libras,' que já demonstrei absolutamente necessitar, sem recorrer à praça e entregando a Agência, ai um estabelecimento do Estado que tal quantia não me poderá dar, visto que, infelizmente, já esgotámos os recursos disponíveis do Banco de Portugal. Se fizéssemos a experiência de tentar adquirir na praça apenas 600:000 libras que fossem, nós veríamos aonde o câmbio iria parar.

Não peço meças entre o meu republicanismo e o de S. Ex.a, porque sei bem como. S. Ex.a ó republicano, mas, justamente por isso, eu quereria que me apresentasse argumentos, provando-me o meu erro e não lançando-me essa sua moção. De S. Ex.*, de quem também já fui companheiro em lutas e sabe como à sua disposição pus o meu auxílio pequeno, mas absolutamente desinteressado; eu desejaria receber, ao menos, a prora de consideração de me dizer claramente o motivo por que ela me é lançada em rosto, ou que representa um mandado de despejo, pois que então já não teria eu de declarar que, por tal forma, daqui não sairei, porque, acima de nós todos, está o País. Que S. Ex.a me diga claramente, como, francamente e bem às claras, o disse o Sr. António Granjo. E a atitude do lea-der liberal, sob este aspecto, só me mo-rece aplauso.

Disse também o Sr. António Granjo, em matéria cambial, o seu pensamento. Simples lugares comuns. As opiniões do seu partido têm sido maravilhosamente desmentidas pelos factos. (Apoiados).

Não me permito fazer a análise do/ seus lugares comuns.