O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 25 de Janeiro de 1921

19

rumina vantagem realisaríamos senão a de metermos um intermediário a comprar ou pedir na Praça de Lisboa ou Porto o que o Estado poderia ir buscar directamente, se para tal não houvesse, além de altos inconvenientes para a nossa economia, a certeza do esgotamento mais que provado do nosso meio.

(jBecorrer a quaisquer outros Bancos portugueses? Mas os inconvenientes e o insucesso seriam os mesmos e a sua situação de devedores-libras põe imediatamente de parte tal hipótese.

Que resta? A Baring e a Agência Financial.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal) (inteivompendo):—V. Ex.a dá-me licença? V. Ex.a pode também acrescentar que a casa Baring —porque a crise é mundial— teve dificuldade em fazer descontos a não ser em papéis que tenham a assinatura de um Banco de primeira ordem de Inglaterra.

O Orador: — Portanto o Sr. Ministro das Finanças, de todas as entidades de que podia socorrer-se, encontrou apenas a Agência Financial e ainda assim teve o escrúpulo de não obter esse suprimento sob a condição, que repeliu, de não denunciar o contrato.

S. Ex.a denunciou o contrato para arrancar maiores vantagens e reservar certas especulações que a opinião julga possíveis; S. Ex.a procedeu com urgência porque urgente era remediar a- situação aflitiva do Tesouro; S. Ex.a merece o nosso aplauso.

Sr. Presidente: a minha opinião é sempre sincera e no que vou dizer não me refiro ao Parlamente porque a discussão deste assunto tem decorrido com aquela dignidade que é própria desta casa.

Numa sociedade como a nossa que está cheia de muitos traficantes, mas cheia

também de muitos valores úteis embora adormecidos, é o Sr. Ministro das Finanças um dos poucos que com o seu talento, o seu patriotismo e a sua audácia pode e deve açoitar os primeiros e acordar os segundos, não para que estes o sigam como caudatários, mas para que com o País colaborem na difícil situação actual.

Não descreverei mais a situação actual; o País está farto de ouvir narrar as suas misérias e ninguém gosta que a todos os momentos lhe atirem à cara com os seus farrapos; o País está farto de ouvir hinos ao seu futuro e ir envelhecendo sempre dentro da sua miséria presente e servir de pasto a parasitas que da sua miséria vivem.

Um outro ponto há ainda que apreciar; é o do célebre concurso secreto, e digo secreto porque já aqui dentro do Parlamento se empregou esta designação.

Eu não compreendo, Sr. Presidente, que se chame secreto ao concurso quando na realidade foraiu enviadas circulares a várias entidades convidando-as a concorrer e a assistir à abertura das propostas.

<_ que='que' os='os' p='p' secreto='secreto' concorrer='concorrer' podem='podem' para='para' um='um' convidados='convidados' todos='todos' concurso='concurso' são='são' _='_'>

<_:_ que='que' aos='aos' uma='uma' toda='toda' mim='mim' secreto='secreto' por='por' para='para' das='das' gente='gente' paragem='paragem' concurso='concurso' mas='mas' só='só' a='a' os='os' julgo='julgo' e='e' é='é' circular='circular' abelhas.='abelhas.' circulam='circulam' comunicado='comunicado' o='o' p='p' interessados='interessados' segredos='segredos' segredo='segredo'>

£ Confidencial para quem ? para os interessados, não; para se evitar a proibição de o fazer? também não, porque contratar é faculdade do Poder Executivo.

Evidentemente, Sr. Presidente, o carácter internacional, que já em Junho de 1911 tinha sido lembrado, e a recente campanha nativista explicam o melindre da circular confidencial.

<_ p='p' para='para' confidencial='confidencial' quê='quê' presidente='presidente' sr.='sr.' mas='mas'>