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Diário da Câmara dos Deputados

pandir o seu despeito? São inúteis portanto mais considerações sobre tam mesquinhos pontos.

Sr. Presidente: está largamente demonstrado qne o Sr. Ministro cias Finanças tinha competência para fazer o contrato. (Apoiados). (Não apoiados).

Não era necessária toda esta discussão até agora travada para todos reconhecermos que o Sr. Ministro das Finanças não fez mais do que já em Maio de 1919 tinha feito o Sr. Ramada Curte e que a Câmara aprovou.

(Vários apartes).

Não é à Câmara que compete fazer contratos, mas sim ao Poder Executivo.

j\. Câmara compete-lhe a fiscalização.

O Sr. Ferreira da Rocha:—V. Ex.a faz-me o favor lê a moção. (Diversos apartes).

O Orador:—Imediatamente.

Moção

A Câmara, ouvidas as explicações do Sr. Ministro das Finanças, resolve manter o contrato até que a comissão de fi-naaças dê com urgência o seu parecer.— Álvaro de Castro.

Esta colecção de notas, metodicamente dispostas, não são de hoje, são de há muito tempo; foram de 6 meses passados ali naquela cadeira de Ministro, porque não é de hoje o meu cuidado e a minha opinião sobre a Agência Financial.

A minha opinião não varia dali para aqui; é sempre a mesma e todos os Ministros das Finanças podem contar com a sinceridade da minha voz e com os efeitos em mim produzidos pela dura experiên cia que ali sofri.

Sr. Presidente: aquele lugar não é o melhor e mais profícuo à defesa dos interesses do Estado.

Devia-ser um posto de observação de onde o Ministro auscultasse o País; não é tal, o Ministro ó que é o observado; a todo o momento e por todas as formas.

O gabinete do Ministro devia ser um laboratório em que se pudessem realizar todas as análises, preparações, etc. Não é tal; 4 um forno crematório em que vão

ardendo, uma a uma, todas as ilusões, todas as vontades e -até todas as resistências físicas da vítima que lá subiu.

Existem naquele Ministém nove Direcções Gerais ou serviços autónomos; o Ministro tem fatalmente de ser Director Geral, como nos chamam tlguns, por darmos despacho que é necessário ao regular movimento duma secretaria de Justado. Após uma série de assuntos de lana caprina, e duma multidão do políticos e pedintes, e já quando anseia por um pouco de repouso, ou vem o aviso do Conselho de Ministros, que durará ato madrugada, ou entra o secretário "com os recortes dos jornais, que até certo ponto são o barómetro do que virá a passar-se na sessão do Parlamento, ou são-nos entregues aqueles grandes sobrescritos que solicitamente o redactor da Oâmara nos envia com os discursos a rever. Conservo ainda bastantes, em que não toquei por falta de tempo.

A vida do Ministro das Finanças é esta, aparte... os verdadeiros e grandes objetcivos que lhe estão confiados.

Há, contudo, no procedimento do Sr. Ministro das Finanças pontos com que não concordo, como, por exemplo, ter acedido ao adiamento do concurso de 9 de Janeiro para 31. Eu, no seu oaso, não teria cedido, e foi por aí, por essa sua fraqueza do momento, que entrou a política que o levou até a proposta de inquérito e de adiamento sine die. Eu não aprovarei essa sua proposta. Como não fiz política, reporto-me à minha opinião, que não ó de Janeiro de 1920, mas de há mais tempo.

Sr. Presidente: variadíssimas opiniões têm aparecido acerca da nessa situação cambial. Felizmente para a Oâmara, não estão em dia os Diários das Sessões, porque não aparecerá tam iopressa um curioso coleccionador das nossas opiniões sobre câmbios. Seria de pôr as mãos na cabeça o espanto causado pela volubilidade da nossa opinião.