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Sessão de 26 de Janeiro de 1921

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O Orador : — A situação cambial tem sido apreciada sob outro ponto de vista.

O Sr. Leio Portela (interrompendo): — Nessa altura até o Sr. Ministro das Finanças aplaudiu as minhas considerações.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Eu nunca aplaudi V. Ex.& em nenhuma das suas considerações.

O Orador:—No período da minha gerência na pasta das Finanças houve uma discussão sobre a situação cambial, e foi o Sr. Cunha Liai quem me interpelou.

Falou-se realmente na Agência Financial do Rio de Janeiro, quer aqui no Parlamento, quer na imprensa, mas o que é facto é que se atribuía então à Agência o defeito de dar ao Estado o poder de açambarcar ouro. (Apoiados).

Era disso que se queixava o comércio e os que defendiam a todo o transe as cambiais que, pela lei dos câmbios, poderiam ser obrigados a fornecer ao Estado.

O açambarcamento de libras pelo Estado foi uma das teclas mais tocadas pelos inimigos do contrato de 29 de Maio de 1919.

Critica-se o Ministro das Finanças de então por ter cedido algumas libras a entidades bancárias, mas não se nota que a lei dos câmbios foi mal cumprida, e o Estado não só não recebeu a parte das cambiais provenientes da exportação, e que deveria ter sido exigid, como despendeu no consórcio o melhor do seu ouro.

Poderia ter sido um erro a promulgação da lei dos câmbios, não estou disso convencido, mas L sua anulação íoi um erro ruinoso e a depressão cambial acentuou-se dum modo mais precipitado.

Não pretendi, Sr. Presidente, resolver o problema cuja solução está entregue ao Parlamento, ..mas afirmo ter exposto a V. Ex.a e à Câmara a minha opinião sincera e desapaixonada sobre a Agência Financial, e relatado com absoluta verdade alguns actos da minha gerência como Ministro.

Concluindo, direi que o ,Sr. Ministro das Finanças, Cunha Leal, procedeu como eu desejaria ter procedido em idênticas

circunstâncias, e que não votarei qualquer moção ou proposta de que resulte uma modificação do seu procedimento.

Tenho dito.

O orador foi muito camprimentado.

O Sr. Ministro das Finanças' (Cunha Leal): — começarei por agradecer aos Srs; Rego Chaves e Manuel José da Silva as palavras carinhosas que tiveram para comigo. Sou parco em agradecimentos, tam pouco habituado estou a agradecer, e quási não sei quais as palavras que empregue, porque o procedimento dos homens públicos do meu país tem sido sempre de ataque, de forma que só tenho tido ocasião para me defender e poucos ensejos para agradecer; mas os meus que ridos amigos ficam sabendo que o meu coração é bastante grande para os poder abranger naquela simpatia que a justiça provoca e une os homens.

Ainda há poucos dias, nesta Câmara, se disse que a minha incontinência de linguagem tinha sido imensa. Pois deixem V. Ex.as que eu continue dizendo que malharam em mim forte e feio para provar que eu— {e para o fazer o que não inventaram! — não sabia manter no meu lugar aquela linha de correcção que um estadista deve ter.

Os Srs. António Granjo e António Maria da Silva referiram-se, maguadamente, ao que classificam de audácia e excesso de linguagem, tudo isto porque não me limitei a encarar as acusações que me fazem no Parlamento, mas também as acusações que lá fora se fazem. Fui sempre assim e hei-de continuar a ser.

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