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Diário da Gamara das Deputados

tão política, questão política que todos o» outros fazem, mas que eu não desejo nem quero fazer.

Eu, Sr. Presidente, devo declarar muito francamente ao Parlamento que me não importa com os ataques que me têm sido dirigidos, por isso que eles são devidos única e simplesmente aos contratos do carvão e dos trigos, conforme já tive ocasião de dizer ao Parlamento.

Eu estou aqui, Sr. Presidente, para dizer a verdade toda ao meu país, não me importando com os argumentos que têm sido apresentados por todos aqueles que não compreendem ou não querem compreender a situação gravíssima em que nos encontramos, e, assim, devo dizer que os argumentos apresentados pelo Sr. António Granjo não foram felizes, a meu ver.

Aludiu ainda o Sr. António Granjo aos meus ataques à imprensa. Ainda nesse ponto fazemos política de forma muito diferente. .

Mas eu compreendo que S. Ex.a não chegue a conceber no seu cérebro como pode haver — j vá lá a frase, que talvez destoe da gravidade dum Ministro das Finanças!—um doido tam grande que nunca foi cumprimentar jornais, que nunca mendigou favores de jornais, que sempre lhes falou a verdade, sem se importar com ataques, prescindindo da fácil popularidade que lhe poderia advir do facto de servir interesses financeiros.

Não, Sr. António Granjo! V. Ex.a não deve realmente poder conceber a política assim! Não deve poder conceber a política do homem que, como eu, se coloca no seu lugar e diz: «Aqui estou, apenas encostado ao bom auxílio dos meus camaradas de luta, mas sem compromissos — que não os tenho — absolutamente despido da idea de comprar um sorriso do jornalismo, uma linha de aplauso do jornalismo à custa de qualquer cousa que se afigure a uma transigência».

O Sr. António Granjo deve realmente entranhar muito este meu procedimento.

Mas eu, Sr. Presidente, não ataquei senão a imprensa enfeudadada aos sindicatos financeiros.

É que eu não ignoro, por conhecer documentos que transitaram pela contabilidade pública, que dinheiro de financeiros vão para directores de jornais. Não igno-

ro que passou pela contabilidade pública um pedido de 2 milhões de francos para esse efeito. Não ignoro esuas ligações. Ninguém as ignora. O que nem todos têm é a franqueza de o dizer como eu o digo. Tenho a ombridade de dizer,quê há certa imprensa que não serve o país, mas sim os interesses de sindicatos.

E, procedendo assim, não censuro os trabalhadores da imprensa, nem os jornais enfeudados aos partidos.,

Os trabalhadores da imprensa s£o homens que dia a dia, com' o seu trabalho, ganham o seu sustento e o das suas famílias. Vêem-se na necessidade de servir a quem não desejariam servir muitas vezes.-j Já muitos me têm dito que muitas vezes sentem a alma retalhada pela amargura de obedecerem a imposições de certas empresas jornalísticas!

A esses faço toda a justiça. Mas o que não quero é baixar a cabeça àqueles que trazem a máscara negra de qualquer Bàr-rabás.

O Sr. Presidente: — V. Ex.a tem apenas cinco minutos para concluir as suas considerações, caso não queira ficar com a palavra reservada.

O Orador :—Peço que me reserve a palavra.

O discurso será publicado na íntegra, quando o orador haja devolvido, revistas, as notas taguigráficas.

Antes de se encerrar a se; são

O Sr. Costa Júnior: — Mg.ndo para a Mesa o parecer da primeira comissão de verificação de poderes sobre a eleição de Timor.

O Sr. Eduardo de Sousa: — É para pedir ao Sr. Ministro do Comércio a fineza de comparecer nesta Câmara na próxima sessão, antes da ordem do dia, porque desejo tratar com S. Ex.a da. questão do inquérito aos Transportes Marítimos.

O Sr. Costa Júnior:—Mando para a Mesa dois processos.