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Diário âa Câmara dos í)éputact,QS

Respondi a essa firma quo o abastecimento dos trigos não pertencia à minha alçada.

Era com uma comissão.

Tive escrúpulos em abrir t, proposta, mas como essa proposta podia resolver o problema do abastecimento^do pão, resolvi ordenar que se abrisse a proposta. .

Aberta a proposta, ao examiná-la, vi que não servia.

Acompanhei, pois, a comissrio que havia dado parecer desfavorável.

O facto, contudo, deu-me ensejo para observar a forma como trabalhava essa comissão.

Não havia boletim de cotações, portanto a comissão carecia de elementos de comparação.

«JÕomo é que apreciam as propostas?

Comparando umas com outras, responderam-me :

Podia ser vantajoso este sistema, mas podia também não o-ser em relação aos interõssos do Estado.

A comissão, quando examinava as propostas, não o fazia em face das cotações mundiais.

Disse a essa comissão quo a maneira de se pronunciar com critério seguro sobre essas propostas seria depois de ver quais as cotações do trigo na bolsa de Londres.

Tive ensejo daí por diante de examinar várias propostas para o fornecimento de trigos j e por isso fiz saber às firmas proponentes quo deviam apresentar as propostas noutras condições.

Eesponderam que costumavam trabalhar com escudos, para não agravarem os câmbios.

Sucedeu, porém, que numa ocasião, não havendo ouro, as propostas seriam muito piores em escudos.

O Estado tinha de se sujeitar às contingências dos câmbios.

As propostas ei^am apresentadas em lõ de cada mês.

Certa ocasião, mandsi preguntar ao Ministério das Finanças, se havia ouro.

Eesposta do "Sr. Ministro:

Não tenho ouro... Se tem escudos, compre.

E eu, precisando de trigo, não tendo ouro, tive de comprar em escudos.

Por isso mandei vir as propostas.

Havia muitos concorrentes que apre-

sentavam propostas.em escudos... com coberturas de 6 xelins.

Uma das propostas era do Sr. Caseiro.

A sua proposta era de 400, ou 380 xelins.

Imediatamente informei a comissão das cotações, para fazer a comparação das cotações propostas.

O preço das propostas, como disse, não era feito em escudos, para não agravar os câmbios, segundo diziam -DS proponentes.

Via o câmbio a agravar-se todos os dias.

Nessa altura estava a 6, com tendências para baixar.

Era este o preço mais baixo, porque mo podiam entregar, chegando no em-tanto a reduzi-lo a 38õ xelins (escudos) e a menos 17 xelins em ouro.

Apareceram depois outros proponentes, com quem falei, entre os quíis o Sr. Manuel José da Silva, a quem pedi para fazer uma proposta em escudos, ao que S. Ex.a respondeu que faria todo o possível, chegando a dar-me quási a carteza de fazer uma proposta em escudos, ao câmbio de 6.

Porém, como todas as propostas não eram definitivas, mas-sim sujeitas a confirmação, mandei telefonar para a Direcção Geral do Comércio Agrícola que me respondera ser a proposta em escudos/ mais favorável, por o preço f;er mais baixo do que a proposta apresentada em ouro.

Sr. Presidente: eu entendi que não devia dar conhecimento à comissão, sobre se tinham ou não meios em ouro, porque era da minha responsabiliade, e, tendo ela uma vez feito sentir-me esse facto, eu respondi que isso era da exclusiva competência do Ministro, cujas informações vinham do Ministério das Finanças, em notas confidenciais.

Quando fechei a transacção com o Sr. Caseiro, cuja proposta era ao câmbio de 6, já este estava a 5 7/s, qusre dizer, já tinham aumentado 40 e tantos centavos em cada libra.