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•S&ssão de 9 de Março de W21

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zer, e não íêin sido cumpridos, certamente pela força das circunstâncias.

Assim, Sr. Presidente, direi que eles são completamente escusados e desnecessários.

O que vejo, Sr. Presidente, é quo não poderei continuar, a não ser que V. Ex.a, Sr. Presidente, chame a atenção da Câmara, de contrário nada mais direi, pois que quando qualquer orador está falando prcsto-llie sempre a máxima atenção, indo-me até assentar ao pé dele, para melhor o poder ouvir.

Pausa.

O Sr. Presidente: — Peço a V. Ex.a o obséquio de suspender por alguns minutos as suas considerações.

Pausa.

Pode V. Ex.% portanto, agora continuar as suas considerações.

• O Orador: — Lembro-me ainda, Sr. Presidente, da declaração ministerial apresentada nesta Câmara pelo Governo do Sr. Sá Cardoso, na qual S. Èx.a prometia tratar da questão do analfabetismo em Portugal, tendo-me eu oferecido ao Sr. Sá Cardoso para o-ajudar com a minha inteligência e o meu saber, até onde eles chegassem, em tudo quanto fosse necessário para' poder executar-se o programa, na parte relativa ao analfabetismo. Já.lá vai muito tempo, Sr. Presidente, depois disto.

j O analfabetismo não tem diminuído, mas, pelo contrário, tem aumentado bastante !

Sr. Presidente0. parece'-me que as declarações ministeriais poderiam ser impressas em grandes quantidades, para economia de tempo e palarvreado, deixando-se apenas alguns espaços em branco para serem preenchidos pelos vários Governos nalguma especialidade, e preenchimento de assinaturas.

Temos também aqui a declaração ministerial apresentada em 28 de Junho pelo Sr. António Maria da Silva, com um aspecto diferente do dos anteriores, porque S. Ex.a dividiu-a, e muito bem, sob o aspecto particular e sob o aspecto geral, em lugar de estar a tocar o zabumba de cada Ministério. E claro que dizia-cousas como esta:

«£) Beorganização dos serviços públi-

cos, em cumprimento do disposto na lei n,° 971, e inspirada nos altos critérios da lei de 9 de Setembro de 1868 (Bispo -de Viseu) e decreto de 26 de Fevereiro de 1892 (Dias Fer&ira)»..

Se S. Ex.a tivesse tido tempo paia bem se inspirar, eu não o felicitaria pela inspiração.

j A propósito recordei que o Bispo de Viseu, figura de beirão, ia para o Ministério com uni cacete, com ele dava os seus despachos, -e todos o respeitavam por causa do cacete! Fez muitas reíor-mas, como é sabido, e caiu, porque não foi capaz de tocar no clero...

Dizia mais S. Ex.a, ^ne o equilíbrio orçamental havia de fazer-se «custasse o que custasse».

Mas isto tem-no todos dito em frases diversas.

' S. Ex.a dizia também que iria fazer ta^ belas, fazer o abastecimento do azeite, etc.

O Sr. Ântósid Granjõ (interrompendo);— História antiga! ...

O Orador:—Exactamente, história antiga e verídica.

Temos agora a declaração de 22 de Novembro, do Sr. Álvaro de Castro, cujo Governo durou sete dias. Há -neste documento uma cousa muito curiosa: tudo que nele se anuncia só terá de se tratar no futuro, tal como a do 2 de Dezembro apresentada pêlo Sr1. Literato Pinto.

«O Governo fará uma exposição franca da nossa situação económica e financeira^ etc.

Exigirá ao país que se entre num regime de economias, etc.

' Adoptará as medidas anteriores qae dizem respeito a operações de bolsa, etc.

Proporá a reforma das pautas alfande-.gárias, eíe.

Dedicará uma" cuidadora atenção à reforma do Ministério do Comércio, eíc.

Preocupar-se há principalmente . . ., eíc.

O, Governo pensa em ..., etc.

Dedicará particular ^cuidado à cansa da instrução, eíc.».