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Diário da Câmara dos Deputado»

Quere dizer, portanto, que para esse país se torna necessária uma acção política e social decidida e firme, e para isso não há dúvida que tinha prestígio e tinha competência a figura de D. Eduardo Dato, sendo por isso uma grande perda para a nação vizinha a sua morte, que não podemos deixar de lamentar também.

Eu disse, Sr. Presidente, que Gste atentado constitui um sintoma, mas além disso ele constitui também uma indicação indirecta para todos os homens políticos o principalmente para aqueles que entendem que o progresso há-do fazer-se com a tranquilidade e ordem pública.

Sr. Presidente: D. Eduardo Dato não era apenas um político notável, mas também um notável homem de sciência, jurisconsulto distintíssimo o o presidente da Real Academia de Sciências do Madrid. Como homem de sciência ele viria dentro em pouco a Portugal para presidir ao Congresso Scientífico do Porto, que se realiza daqui a alguns meses.

E este mais um motivo para deplorarmos a sua morte, pois a sua altíssima figura havia do trazer luz a osso congresso, que é a continuação daqnele que há pouco tempo se realizou em Espanha e em que os homens de sciência portugueses foram brilhantemente representados, congresso osso que serviu para afirmar e para estreitar as relações de amizade o de boa vizinhança que devem existir entro,os dois países.

E por todas estas razões que acabo de expor que, em nome do grupo parlamentar do Partido Republicano Português, mo ..associo comovidamente ao voto de protesto contra o atentado vil de que foi vítima esse grande homem público e distinto homem de sciência, D. Eduardo Dato.

O orador não reviu.

O Sr. António Granjo :—Em nome do Partido Republicano Liberal associo-me às palavras de protesto do Sr. Presidente do Ministério contra o atentado de que foi vítima o Presidente do Ministério de Espanha, D. Eduardo Dato, associando-me também às palavras de homenagem que S. Ex.a dirigiu à memória desse grande homem público.

^ Em Portugal é pouco conhecida a política dos homens públicos de Espanha, mas poucos políticos portugueses desco-

nhecerão quo a acção de D. Eduardo Dato na política espanhola se norteou sempre pelo respeito das liberdades.

As suas ideas eram de uma carinhosa simpatia pelas classes trabai fiadoras; e acontece, possivelmente, que este homem foi vítima dessas mesmas classes.

São estas as palavras que eu, em nome do Partido Liberal, tinha de dizer.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal:— Disse o Sr. Presi-dante do Ministério que o atentado que enlutou a Espanha enlutou Portugal.

É certo.

Por muitos choques e muitos agravos que porventura tenhamos tido, vindos do lado da Espanha, o que é cerco é que nós sentimos as atribulações da Espanha, como ela sente as nossas, porque entre nós há uma afinidade de raça que não possuímos com outros povos, uma afinidade de costumes, e uma proximidade territorial que nos tornam irmãos.

São sempre para lamentai* casos destes, mas ôles vêm provar que não somos nós apenas que vivemos numa anarquia mansa, porque também os outros povos sentem a dureza desta anarquia que reina cm todo o mundo.

O Partido Republicano Popular associa-se às palavras de pesar pela morte dêsso grande estadista espanhol.

Tenho a certeza que neste momento Portugal sente a grande dor por que a Espanha está passando.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vasco Borges:—Sr. Presidente: o atentado contra o Sr. Presidente do Conselho de Ministros de Espanha que nos foi comunicado pelo Sr. Presidente do Ministério, enluta todos os portugueses, sobretudo os políticos que têm pugnado pela defesa da ordem pública.

Todos nós nos devemos defender desta onda de desordem e crime, e a melhor maneira de evitar que essa onda venha subverter a sociedade é fazer a obra financeira e económica quo o momento exige.