O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 10 e 11 de Março de 1921

55

burocráticas é que não me foram entregues os documentos. Com S. Ex.a apenas prestei serviços três ou quatro dias.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira) (interrompendo}: — Essa declaração de V. Ex.a é que é importante !

O Orador: —Uma outra declaração eu tenho a fazer.

As duas primeiras memórias foram feitas por presunção.

Portugal n&o fez mais do que cumprir o que a- Comissão Geral de Reparações tinha indicado, para que nos servíssemos de dados estatísticos que mais tarde se apresentariam. Foi isto o que fez Portugal, sem praticar nenhuma excepção.

Depois, em face dos documentos, eu tive a-impressão que os nossos prejuízos são superiores à conta apresentada.

Desde que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros nos diz, com a responsabilidade do seu cargo e com a garantia do seu passado-republicano, que os interesses de Portugal estão assegurados, cessaram os receios que eu tinha.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O /Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não fez a revisão dos seus apartes.

Õ Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Agricultura (Ber-nardino Machado): — Sr. Presidente: entrando neste debate, antes de mais nada... cumpro o dever de saiidar a y. Ex.a, que tam. distintamente preside ao corpo legislativo.

Associo-me, Sr. Presidente, aos cumprimentos dirigidos aos dois Ministros do gabinete cessante, Srs. Liberato Pinto e Augusto Nobre, assim como aos que forem dirigidos aos distintos colegas que eu tive a felicidade de retinir para a constituição deste Ministério.

Ao mesmo tempo agradeço à Câmara as palavras tocantes e que se referem à minha vida de homem público.

Sr. Presidente.: estou certo de que nesta atmosfera de atenções e numa convivência de muita estima entre todos, nós

certamente encontramos ainda no nosso caminho muitos abrolhos, como disse o Sr. Cunha Leal, mas encontramos também algumas flores: as flores, que são gratas, da colaboração dedicada e patriótica.

E, Sr. Presidente, se não podemos fazer o milagre de as converter em ouro, o que procuramos é ainda um milagre maior : o de governar; porque só se pode governar, efectivamente, quando entre os homens públicos se tributa o respeito que a eles cabe, sobretudo quando esses homens públicos representam as instituições nacionais. (Apoiados).

Sr. Presidente: não se pode dizer, que o programa que temos a honra de apresentar à Câmara dos Deputados fosse impugnado.

Os Deputados socialistas certamente não impugnaram as reformas sociais que anunciamos.

O Sr. Nuno Simões, que tanto se interessa pelas questões dos tratados, decerto não impugna o empenho que o Governo manifesta, no próprio programa, de dili-. gentemente os estudar e resolver.

O Sr. Mantas, que se referiu aos incidentes, que, efectivamente, são lamentáveis, ocorridos no Brasil, quere, mesmo lamentando-os, tanto como nós queremos, melhorar e estreitar as relações com a nação irmã.

O Sr. Vitorino Guimarães, que foi quem falou das reparações, a que damos a maior importância, fala delas precisamente no mesmo intuito em que nós dizemos no nosso programa que contamos com 'elas. (Apoiados}.

A este propósito, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, com aquela nobreza que ele põe sempre em todos os seus actos, desde bem novo, fez aqui -declarações terminantes, afirmando que no Congresso de Spa foi definida a percentagem que nos cabe.

Antes do Congresso de Spa, a Comissão de Reparações tinha uma alta função. Era a ela que competia liquidar a dívida alemã.

Mas reuniram-se os chefes das principais potências; fez-se o acordo de Paris, e estabeleceu-se o forfait provisório.