O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 10 e 11 de Março de 1921

49

Sr. Presidente: hei-de ainda ter ocasião de voltar ao assunto e, por isso, não tenho dúvida, visto que a Câmara agora já está cansada de me ouvir, em terjiiiiar aqui as minhas considerações.

Quando ao assunto voltar acrescentarei novos detalhes, que muito úteis serão para o conhecimento da Câmara.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigrâficas que lhe foram enviadas.

O Sr. António Granjo : — Sr. Presidente: eu tinha pedido a palavra para explicações e no campo de explicações me vou manter.

A propósito da insinuação feita pelo Sr. Cunha Leal, quero explicar que o Partido Republicano Liberal não solicitou do Sr. Presidente da República a dissolução exclusivamente para si.

O Partido Republicano Liberal, acentuou a S. Ex.a o Sr. Presidente da República que, se porventura para ser dada a dissolução fosse mais conveniente uma fórmula política em que estivessem representadas várias forças políticas, o Partido Republicano Liberal consideraria essa questão e a discutiria a fim de ter uma corrente de aceitação.

Precisava, ainda, Sr. Presidente, de explicar à Câmara que, jamais me tenho preocupado com o que se poderá chamar a historia secreta dos partidos, não.me julgava obrigado a responder a algumas considerações feitas pelo mesmo Sr. Deputado, a respeito do Partido Republicano Liberal, mas tam somente a fazer a afirmativa de que o Partido Republicano Libera], organizado, embora por três antigos Partidos, constitui uma unidade política e como unidade política age: para fazer a afirmativa de que no Partido Republicano Liberal não há eleitos nem réprobos, tendo todos os mesmos direitos e as mesmas obrigações.

Quero também dirigir-me ao Sr. Plínio Silva, que, fazendo-me referências agradáveis, aludiu a uma espécie de preocupação da opinião republicana pelos sentimentos de dedicação republicana de alguns dos membros desse Partido.

Com a autoridade que me dá o facto de eu merecer a S. Ex.a toda a confiança

sob um tal ponto de vista, devo dizer a S. Ex.a que, se porventura no meu Partido houvesse um único dos seus membros que não estivesse disposto a dar à República todo o seu esforço e toda a sua dedicação, esse membro_ seria imediatamente irradiado do Partido."

Se todos se encontram bem dentro do Partido, e eu me encontro bem com eles, é porque na vida íntima do Partido eles se mostram tam dedicados e republicanos como eu sou. (Apoiados).

O Sr. Plínio Silva fez-se, apenas, eco duma propaganda contra o Partido Republicano Liberal.

'Os Partidos combatem-se peles seus planos e pela acção dos seus homens, e não fazendo intrigas, sempre vis, em relação quer aos seus homens, quer aos seus planos.

• Quero ainda explicar como tinham toda a razão de'ser as considerações que eu produzi no meu discurso, afirmando que era indispensável regressarmos a um período febril de propaganda republicana, .para que novos prestígios se criassem dentro da atmosfera formada por essa propaganda. E o Sr. Cunha Leal que vem dar-me razão. Foi S. Ex.a quem disse que a defesa da República estava quási confiada às massas populares de Lisboa e Porto.

É lamentável que a primeira voz que se levanta, protestando contra essa expressão inexacta de que o País não é republicano, seja da oposição. É lamentável que o Governo e os outros Partidos não repelissem desde logo essa afirmativa.

Mas, Sr. Presidente, sendo estas as explicações que eu queria dar à Câmara, a verdade ó que se suscitou um incidente que me provoca declarações que reputo necessárias, dentro ainda do campo restrito do Regimento, visto que, tendo eu afirmado que não concordava com todos os actos praticados pelo actual Sr. Ministro dos Estrangeiros, essa expressão con^ sente um certo desenvolvimento «em explicações».

Sr. Presidente: não é apenas em relação aos actos praticados pelo actual Ministro dos Estrangeiros, no que diz respeito a reparações, que eu estou em de-1 sacôrdo. Outro há com que eu não concordo.