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Sessão de 10 e 11 de Março de 1921

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O Orador: — Acho inacreditável que a Comissão de Reparações mande dizer que não tinha que fazer, quando eu tinha feito mais de uma dúzia de pedidos.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira) (interrompendo): — O que eu encontrei quando fui para a pasta dos Estrangeiros foi o pedido de demissão de V. Ex.% e como o meu antecessor não lha quis dar. embora V. Ex.a a tivesse pedido insistentemente, a primeira cousa que fiz foi enviar-lhe um telegrama fazendo justiça.ao patriotismo de V. Ex.a e solicitando-lhe que continuasse na comissão. Outros pedidos não recebi de V. Ex.a em-quanto fui ministro.

O Orador: — Eu não tenho senão que manifestar mais uma vez a V. Ex.a os meus agradecimentos pelas provas de estima e consideração que V. Ex.a me deu quando eu pratiquei esse acto.

Mas, reatando as considerações, eu devo dizer que os processos de Moçambique são 2:800, e, segundo boatos que correm, eles ainda estão metidos no armário em que eu os deixei.

E preciso ver os documentos que estão nas condições dadas à Comissão de Reparações, e em seguida classificá-los pelos números dos anexos a que, porventura, devam pertencer.

.Já V. Ex.a vê o grande trabalho que há ainda a fazer. Como já disse, a não ser os de Moçambique, não estão lá mais nenhuns.

É preciso que as contas sejam completadas e justificadas.

Sr. Presidente: vou terminar, para não roubar mais tempo a atenção da Câmara.

A Comissão de Reparações, em Paris, terá de -entregar a sua conta o mais tardar ato 20 de Abril próximo futuro. É indispensável, pois, organizar e classificar devidamente todos os documentos, muitos dos quais ainda não estão revistos.

Assim eu apelo pafa V. Ex.a, apelo para a Câmara e para o Governo, a fim de que, sem perda de um minuto, sequer, se empreguem todos os esforços no sentido de que as contas possam ser completadas, distribuídas pelas rubricas dos respectivos anexos e todas justificadas. Só assim nos dignificaremos e nos colo-

caremos, perante os países aliados e associados, na situação moral que devemos ocupar para termos direito a pugnar pelos nossos interesses e para que haja o reconhecimento dos grandes sacrifícios que fizemos. Tenho dito. .

Vozes: — Muito bem!

O discurso será publicado na Integra, revisto pelo orador-, quando restituir, revistas, ás notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

Nem o Sr. Ministro dos Estrangeiros, nem os Srs. Granjo e Barbosa de Magalhães fizeram revisão dos seus «apartes».

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O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — Sr. Presidente: sabe V. Ex.a e sabe a Câmara que nem sempre aos Ministros é possível estar nesta sala quando desejam.

Hoje vim para a Câmara quando julguei que a sessão estava começando, mas infelizmente' ela começou mais cedo, e assunto importante demorou-me no meu Ministério.

Isto vem a propósito, para dizer que lamento não ter ouvido todas as considerações do Sr. Vitorino Guimarães, visto não estar presente quando S. Ex.a começou a usar da palavra, não tendo eu ainda sido informado devidamente do que S. Ex.a disse antes da minha chegada.

O Sr. Vitorino Guimarães (interrompendo) : — O Sr. Presidente do Ministério declarou-se habilitado a responder ao assunto.

Apartes.

O Orador: — Eu esperava que V. Ex.a tivesse, com a sua habitual gentileza, esperado a minha chegada à Câmara, ou solicitado a minha comparência.