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Diário da Câmara dos Deputado.»

porque todos os homens públicos têm obrigação de conhecer 03 vários serviços.

Todos sabem que em cada direcção geral ,há repartições e secções.

É necessário dizer toda a verdade ao país. E necessário acabar com inúteis Ministérios. Chegou a hora de produzir economias, de fazer alguma cousa neste sentido. Ê preciso acabar com organismos inúteis que se criaram durante o Ministério da união sagrada.

Bom ó rememorar factos nesta hora grave e decisiva.

Preguntarei ao Sr. Jorge Nunes quanto custou a organização do Ministério do Trabalho e quanto custa actualmente.

E certo que fiz nomeações sem concurso, mas é certo também que, todos os indivíduos que nomeei, mesmo os revolucionários civis, tinham habilitações superiores àquelas que estavam preconizadas na organização. Não abusei, portanto, das autorizações concedidas. E, quando nessa hora, por conveniência das outras pastas, ou por qualquer outra circunstância, o Parlamento não se reunia, eu lamentei o facto, e disse que o Ministro que geria a pasta dos Abastecimentos do que necessitava era do Parlamento aberto, porque um homem, só, pode facilmente errar, ao passo que, com o conselho dos outros, alguma cousa de mais útil se podia fazer.

E, se preconizo na proposta que tive a honra de apresentar a esta Câmara alguns princípios, é porque a lei n.° 971 foi adulterada, visto que se permite a admissão aos concursos para as direcções gerais do meu Ministério a funcionários de outros, e que não são adidos. Assim, permite-se que funcionários da Direcção Geral da Contabilidade Pública passem para outras direcções, onde o acosso ó mais .fácil, e onde os vencimentos são porventura maiores.

Mas, pregunto: 4Isto diminui os quadros? Não, porque ficam vagas nas direcções a que pertenciam, e que são logo preenchidas por concurso ou por qualquer outra forma.

Sr. Presidente: quando fui relator da comissão de obras públicas, sobre um projecto apresentado pelo meu ilustre colega Sr. Ezequiel de Campos, na ocasião em que S. Ex.a citava à Câmara um exemplo dos Estados Unidos, eu disse a S. Ex.a

que não podia comparar-se os Estados Unidos a Portugal.

Os americanos têm feito muito, têm arranjado processos culturais modernos, têm conseguido fazer com que exista a unidade necessária na sua vida administrativa. Têm servido de exemplo a outros países, mas de forma diversa do que se tem feito em Portugal.

Contudo, na América há um grande número de terrenos que, pela sua própria constituição e meio, a isso se prestam. Não queiramos adoptar organismos que são absolutamente inadaptáveis em Portugal.

E de bom senso estudar o meio e aplicar o que for adaptável. Mas não é com dois ou dez contos que este país se levanta, apesar de tanta verba se despender em pura perda.

O Sr. Costa Júnior: — No relatório da comissão lá vem isso.

O Orador: — Tive a honra, quando Ministro do Fomento, e sendo o Sr. Jorge Nunes, Deputado, de me dirigir a ele para lhe pedir que fosse o relator das minhas propostas.

Foi relator da reforma da Agricultura e do Fomento.

Não foram certas providências votadas por inim defendidas, por este elementar princípio de que ninguém gosta de estar mal com o seu semelhante, 3 principalmente quem é político.

Fiz apelo para que .se comprimissem as despesas.

Esta política de compressão das despesas não se faz só em Portugal, faz-se em França, em Inglaterra e noutros países.

O Times revolta-se contra o número de dactilógrafas. Parece que esse jornal se publica em Portugal l

Disse o Times que o Ministério da Guerra tinha hoje, em tempo de paz, ou depois da guerra, mais funcionários do que existiam nesse mesmo departamento antes de se declarar a guerra, e revoltava-se contra isso.

A crítica que hoje se faz contra os automóveis faz-se também na Inglaterra.