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Diário da Câmara dos Deputados

República e das snas obras, e quem não o conhecesse como estadista, pelo que disse, julgaria que ora uma vestal, acusando toda a gente sem que ninguém tenha o direito de o acusar.

O Sr. Ministro das Finanças lançou-me a sua pedra, e aqui neste lugar hei-de provar-lhe que o não fez impunemente.

Sr. Presidente: eu pertenci também a um Governo saído de Monsanto, mas não me i*ecordo se foi desse Governo, se do que se lhe seguiu, do qual também fiz parte, que saiu a onda referida dos suplementos.

É certo que o Governo presidido pelo Sr. Domingos Pereira produziu muitos suplementos, mas é facto também que esse Governo saiu de uma revolução com mandatos imperativos das ruas.

Apartes.

Eu tenho de dizer neste momento algumas cousas desagradáveis, mas digo-as com verdade, porque eu nunca subi as escadas dos Ministérios pedindo decretos para mim ou para os meus.

Tenho toda a autoridade para dizer que aqueles que mais me combateram foram justamente os que mais se rastejaram aos meus pós solicitando benesses e favores.

Falou-se aqui, e um tanto ou quanto injustamente, do Governo da presidência do Sr. Domingos Pereira, a que eu tive a honra de pertencer.

Eu devo dizer a V. Ex.a e à Câmara que nesse Governo se trabalhou com toda a honestidade e com muito sacrifício, para o que bastará dizer que foi um Governo que teve de sair de uma revolução, esquecendo-se quási sempre os vencedores, na sua máxima parte, dos sacrifícios que devem ao País.

Devo dizer francamente à Câmara que não reformei os serviços de nenhum Ministério, pois apenas tratei de equiparar os oficiais do Ministério da Agricultura, quando tive a honra de ser Ministro; mas com isto não aumentei sequer um centavo os seus vencimentos. O que fiz foi um acto de justiça.

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Eu pregunto se, sendo a agricultura a

nossa primeira indústria, aquela que pode dizer-se não vive da pauta—e mal de todos nós, se um dia viver dela—ela não merece um Ministério com serviços próprios. O trabalho, nas suas diferentes modalidades, merece a atenção io Estado, mas eu posso dizer que, de todos os Ministérios, é o do Trabalho aquele que dá a nota do maior esbanjamento, e, no em-tanto, quem o criou foi o actual Sr. Ministro das Finanças, sem a sançc^o parlamentar.

Sr. Presidente: ouço sempre, quando se alcança aqueles lugares, íazer afirmações várias entre as quais a de que chegou a hora da regeneração. Isto, Sr. Presidente, é uma velha ária, que vem de tempos longínquos, e que se não cumpre, porquanto muitas vezes é indispensável satisfazer as exigências da comissão municipal, da comissão distrital, e do Deputado que representa o círculo.

Mas, Sr. Presidente, desde a hora em que se atinge aqueles lugares, o único pensamento é fechar a torneira, dizer-se que é preciso regenerar a nossa administração, comprimir as despesas, mas com a cumplicidade de todos.

Eu não posso compreender uma notícia que vi nos jornais há poucos dias. E que da parte da maioria ia ser apresentada uma proposta, no sentido do a Câmara se fazer representar numa comissão, por todos os lados e por todos osj partidos, a fim de ela estabelecer as bases de uma reforma geral dos serviços públicos, de maneira a efectivar-se a máxima compressão. Não, Sr. Presidente!....

;Cada um tona o seu papel!

Quem tem forca, quem tem os selos do Estado, quem ocupa aqueles lugares, é que deve, única e exclusivamente, tomar providências dessa natureza.

Cada um tem o seu papel, porque o que é facto, é que na parte governamental, pode dizer-se odiosa, naquilo que pode representar um fracasso, ó que se pede a participação de todos.

Aí, sou eu contrário a essa proposta. Aí, estou eu absolutamente de acordo, não com a obra do Sr. Ministro das Finanças, mas com a iniciativa tomada por ele.