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Sessão de 20 de Maio de 1921

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Concentramo-nos no [sentimento e propósito altivo de que somos nós que governamos, sem nos importarmos que haja discolos ou agitadores profissionais.

A República tem feito uma obra admirável e tamanha que nem todos têm proporções visuais para a poderem ver.

Mas não há dúvida nenhuma de que, através desta erupção republicana que foi a salvação nacional, não falta quem imagine que, por um atrevimento, por uma ousadia qualquer, pode pôr em desas-socego a sociedade portuguesa, e porventura, até em risco, as nossas instituições.

È preciso dizer, seja a quem for, ainda àqueles que mais se podem apelidar de lidadores da República, que a República está inteiramente superior a todas essas tentativas pessoais, digamos despóticas, de ambições.

Por vezes, durante a vida da República, eu tenho olhado para certos homens e tenho dito :

í<_ que='que' de='de' depois='depois' designios='designios' efectivamente='efectivamente' convulsionar='convulsionar' dos='dos' mais='mais' baixos='baixos' nos='nos' dar='dar' desejos='desejos' perturbar='perturbar' terem='terem' própria='própria' república='república' haviam='haviam' _='_' fortuna='fortuna' voz='voz' à='à' a='a' vis='vis' seu='seu' nossa='nossa' braço='braço' vão='vão' e='e' intervieram='intervieram' lhe='lhe' em='em' admiração='admiração' qne='qne' cair='cair' é='é' p='p' orgulhar-se='orgulhar-se' tido='tido' tendo='tendo' eles='eles' direito='direito' sua='sua' porque='porque'>

Os homens que hoje são Governo têm, som dúvida, deveres para coma Nação, que devem cumprir, conscientemente, religiosamente, mas também têm direitos, e sobretudo o direito de dizer a todos os republicanos: orgulhem-se do ter um Governo.

E preciso que saibam que a República, com o seu Governo, tem de se impor a todos.

Nos não estamos hoje como no tempo da monarquia, em que o nosso pleito era o pleito contra as instituições. Todavia, dir-se há que estamos hoje como nesse tempo. O que é que se faz?! Atacar ò Governo, e pôr consequência atacar as instituições.

Sr. Presidente: o ilustre Deputado Sr. Sá Pereira desejou saber se havia qualquer motivo para alarme. Nãohánenhum. Há apenas aquele que resultar de quais-

quer aventureiros seflançarem^na agitação, além de que todos entendemos que é o momento de atacar o Governo, de abrir crise e de enfraquecer o Poder.

Está claro que esses fermentos levedam. Não creio que eles tenham importância, pois estou convencido de que se hão-de ir desfazendo.

Mas não há dúvida nenhuma de que ó um risco grave isto dos republicanos, isto dos partidos, isto dos homens públicos entenderem que é no momento actual em que se diz que havia qualquer fermentação no subsolo que podem eles então, de lança em riste, atacar o Governo.

Sr. Presidente: V. Ex.a lê e todos lêm o que se diz lá por fora. E então eu pregunto se não é efectivamente para condenar que neste momento quaisquer aventureiros de lá de fora tentem agitar, não digo a sociedade portuguesa, mas as alfurjas das grandes cidades; eu pregunto se é este o momento escolhido para se atacar o Governo, para se dizer que não há Governo, para se caluniar o Governo —Governo pessoal!

j Comigo, que toda a vida lutei contra o Governo pessoal!

,:E porque ó isto, Sr. Presidente?

Porque a polícia republicana apreendeu um jornal, sem que eu interviesse nessa apreensão.

i Então diz-se que o Governo vai fazer «Governo pessoal»!

i Isto é extraordinário! j Tal atrevimento contra um homem que tem passado toda a sua vida a pugnar pelas liberdades constitucionais não tem nome í

j E até há quem clame quo o chefe do Governo quer fazer Governo pessoal!

Sr. Presidente; eu tenho toda a vida combatido as arbitrariedades do Poder e tenho tido as grandes satisfações morais do meu viver como prémio desta minha campanha.

Eu tenho sido a própria personificação —pormita-me V. Ex.as este orgulho— do Governo Constitucional da Nação.

Aqui está como se calunia.

Eu pregunto aos homens públicos se é lícito que alguém venha ao Poder para ser atacado desta maneira.