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Diário da Câmara dos Deputados

podem ser prejudiciais aos interesses do País.

Apenas posso dizer que o Governo tem entre mãos assuntos que naturalmente dizem respeito ao ciédito externo, e que têm de sei- tratados com aquele cuidado que revestem operações dessa natureza e que tenr"o momento próprio para a sua eclosSo- O.Parlamento o saberá na devida oportunidade. Até lá julgo inconveniente tratar aqui do assunto.

O Sr. António Granjo :— Sr. Presidente: os termos em que pus a questão, cautelosamente, prudentemente, não podem por forma alguma dificultar quaisquer operações de crédito externo que o Governo tenha em marcha.

Logo no começo das minhas considerações frisei que se dizia que havia já um contrato provisório, feito peío Go-vêfnò.

Das declarações do Sr. Ministro das Finanças ayerigua-se que qualquer que seja o resultado das diligências nunca se consentirá [que se faça um controle nos termos em que referi, não por minha conta, mas referindo-me aos boatos que .correm na praça.

Ò Sr. Ministro das Finanças (António Maria, da Silva) : — ff. Ex.a podia imaginar que este Governo ou qualquer outro admitia nina cousa dessas?

- O Orador: — Estou convencido de que Jião; mas, como os boatos eram correntes, pretendi provocar declarações.

E por isso que eu entendo que o Governo deve dar uma resposta precisa se há ou não algum contrato feito, embora com caracter provisório.

Ò. Si*. Cunha Leal: — Ouvi as pregun-tas feitas pelo Sr. António Granjo e a resposta produzida pelo Sr. Ministro das Finanças.

Pertenço a um partido que tipóia o Governo. Por acaso estou encarregado, mais ou menos, de orientar um pouco os trabalhos parlamentares desse partido.

Tenho, portanto, responsabilidades; mas desejo de facto —e nesse ponto associo--me ao Sr. António Granjo— saber se realmente o Governo, passando por cima do Parlamento, como o fez aquele Go-

verno a qú.e pretenceu o Sr. António Granjo, assinou por ventura quaisquer contratos nos mesmos termos em que o fez o Governo do Sr. António Granjo.

Se, porventura, S. Ex.a o tiver assinado nas mesmas condições, nós evidentemente, não podemos apoiar o Governo.

O Sr. António Granjo: — EstDU sempre pronto a defender esse ponto do vista.

Simplesmente com a diferença de que os termos em que este foi ou se diz que vai ser feito, não são os mesmas em que eu assinei.

O Sr. Cunha Leal: — Então, eu desejo acrescentar às pregiíntas do Sr. Aritóiiio Granjo, o seguinte: se V. Ex.a Sr. Ministro das Fiiiahças assinou qualquer contrato e se o assinou nos mesmos termos em quo o Sr. António Granjo assinou os contratos do trigo.

O Sr. Ministro dás Finançai: (António Maria dá Silva):— Sr. Preside ite: parece-me ter referido o que era .lecessário nesta hora.

O Sr. Cunha 'Leal pregiintou se o Governo tinha assinado algum contrato nos termos em que o Si*. António (rranjo assinou os contratoâ de .trigo.

Eu devo dizer â S. Ex.a que naturalmente se dão circunstâncias diversas, e, . portanto, á orientação tem' do ser diferente.

Em matéria de credito externo, ctííno em assuntos qúè derivam da pasta dos Negócios Estrangeireis, as circunstâncias que se apresentam são de tal natureza, que deve haver .todo o" cuidado nas palavras quo sé proferem.

Todos sabem o qiie ô esta praça.

Numa praça como a de Lisboa, em q"ue qualquer pessoa com péqiteno iúmeró do libras exerce uma função ^qiié eu me. abstenho de classificar' nesta áltara, estar neste momento a dar aso a mais especulações do que ás que leni havido, reputo isso inconveniente.