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Diário da Câmara dos Deputados

agitadores, embora inanemente, tentam perturbar a sociedade portuguesa. E ao mesmo tempo o Governo entabolou negociações que devem dentro de poucos dias abrir novos horisontes à nossa vida económica e financeira.

Sr. Presidente: o nosso mal é Oste. £ De que é que somos réus ?

Este Governo que aqui está ó réu primeiro do que tudo, de ter levantado a vida moral da Nação; a Nação estava abatida ein Portugal, todos julgavam que tínhamos feito enormes sacrifícios sem compensação alguma.

O Goyêrno a que tenho a honra de presidir, pelas homenagens que foram prestadas aos Soldados Desconhecidos e ao povo português mostrou que não estivamos, que tínhamos todas as compensa coes morais que à nossa consciência nos devemos julgar com direito.

Vieram os estrangeiros, vieram os aliados declarar-nos essa compensação moral; levantou-se o espírito público, mas imediatamente todos aqueles que tinham es-' tado incessantemente a gritar que os sacrifícios eram perdidos, todos os inimigos da nossa intervenção na guerra, se voltaram contra nós.

O Governo mostrou não só que nós tínhamos as compensações morais, como teve a segurança de que nós havemos de ter também as compensações materiais que devem levantar a nossa vida económica e financeira; desde então todos aqueles que especulavam com a miséria pública se irritaram, lançando-se em luta contra o Governo.

Essa campanha ó que produz essa perturbação a qne se referiu o Sr. Deputado.

E os seus responsáveis são principalmente os agentes de todas as explorações económicas e financeiras da nação apavorados em presença duma situação,

Todos aqueles que vivem da especulação e exploração financeira e económica, se levantaram contra nós, todos eles espalharam por toda a parte boatos dissolventes e são esses actos que constituem a patologia deste momento.

Sr. Presidente t graves àei eíteiicQm a todos» pesque &

mento os homens públicos em Portugal intervêm ou para alimentar us conspirações, ou para perturbar a naçâ.o, para que a desconfiança lá fora nos fira, o para que sejam transformados dentro em pouco numa desconfiança tal qne jamais possamos efectivamente erguer-nos e reconstituir-nos.

; Graves são as responsabil'.dades!

^Quem é ,que dentro da República, pode ousar, neste momento, acompanhar responsabilidades daqueles que especulam para continuar a vexar a sociedade portuguesa ou o Governo Português?

óQuem é que tenta isto?

Eu não faço injustiça a nenaum homem público por julgar qne ele n?.o esteja ao lado do Governo para sufocar todas estas fermentações,' para que possam legalizar a ordem para .levantar este edifício que nós devemos erguer e que é o enaltPci-mento da nossa pátria.

Sr. Presidente: eu estou falando a V. $x.a, numa hora que julgo difícil, mas sem qne julgue que é possível alguém imaginar que pode tirar partido de tentativas, lá fora, de perturbações contra o Governo, porque essa perturbação converte-se amanhã, como já se converteu em 1917, em perturbações contra a sociedade portuguesa e contra a Eepública.

Ai de nós se os republicanos não se concentram no mesmo esforço de defesa da República e do Governo, e se efectivamente o Governo encara neste momento não só os seus deveres, como os da nação, sendo a minha palavra a expressão de tudo o que os Srs. Deputados pensam J a tal ponto que elas certamente se estão repetindo na sua íntima convicção, eu não preciso mais do que acentuar quanto ó a minha absoluta confiança em que os republicanos saberão cumprir o seu dever.

Nesta sala se conversa, e decerto na nossa vida pública.

Certamente pensam que ninguém está fora do cumprimento do seu dever.

O que se passa lá fora não tem importância, o que tem importância é que se permita que o que há lá fora ÍSG agrave e se avolume cá dentro.

Depende do Parlamento qve tudo isto não seja nada.