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Sessão de 6 de Dezembro de 1922

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apresentado pelo Sr. Pires Monteiro, dis-•cordo daquele que foi apresentado pela comissão de finanças, e se tivesse tido conhecimento do projecto do Sr. Pires ' Monteiro, tê-lo ia assinado também.

Este projecto não traz encargo nenhum actual para o Tesouro Público; prevê, apenas, a hipótese de, quando houver esse dinheiro, nós podermos habilitar oficiais com um curso diferente, e muito mais completo do que aquele que1 é ministrado pela nossa Escola Militar.

Assim o projecto do Sr.' Pires Monteiro é para aprovar e rejeitar o da comissão de finanças.

O projecto apresentado pelo Sr. Pires .Monteiro é de facto o único projecto que esta Câmara deve aprovar, pois ele regulariza a maneira por que os oficiais hão-de ir lá fora.

Sujeita todos os oficiais a um concurso a fim de se ver se dão provas para poderem ir estudar e representar o País lá fora.

O projecto do Sr. Pires Monteiro dá essa garantia. Deve fazer-se um concurso apertado para se ver se o oficial é capaz de frequentar o curso com aproveitamento.

O projecto tem apenas- uma falha, que na altura devida eu procurarei remediar, mandando um artigo novo. O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas : —Não tive relutância alguma em assinar o projecto da comissão de finanças do meu amigo Sr. Kêgo Chaves; no emtanto devo dizer que o projecto do Sr. Pires Monteiro tem princípios de doutrina que têm a minha inteira aprovação.

O princípio da equivalência dos cursos é inteiramente justo para evitar os inconvenientes que estão surgindo.

Eu entendo mesmo que há umas economias que não temos o direito de fazer: são aquelas economias que venham a privar-nos de elementos de direcção capazes, que venham a reduzir-nos a uma estagnação de valores e culturas, que tenham como consequências incalculáveis prejuízos, enormíssimos prejuízos.

Entendo, Sr. Presidente, que à custa de todos os sacrifícios 'devemos mandar professores ao estrangeiro, devemos mandar engenheiros ao estrangeiro, devemos

mandar agrónomos ou estudantes a fazer cursos de agronomia ou engenharia ou pessoas já diplomadas a fazer cursos de aperfeiçoamento; ó um processo absolutamente aconselhável pelos resultados prá* ticos que já deu. Todos sabem que a rápida ocidentalização do Japão se deveu em grande parte à inundação dos estudantes japoneses que se deu em todas as grandes escolas do mundo.

Estamos numa hora em que se fala constantemente do aproveitamento das riquezas nacionais e da adopção de modernos processos de trabalho e em que no emtanto, por considerações de economia, temos as nossas escolas técnicas reduzidas a não poderem cabalmente desempenhar a sua funcção, e ao mesmo tempo não podendo efectuar uma renovação, mandando ao estrangeiro pessoas em condições de se habilitarem e que, de certa maneira, possam vir a preencher deficiências do nosso ensino. Entendo que esta é uma das economias que não temos o direito de fazer.

Vê pois V. Ex.a, Sr. Presidente, e vê a Câmara, que não tenho dúvida alguma em me ajustar em princípio à tese defendida pelo Sr. Pires Monteiro, se bem qu0 discorde de algumas considerações de S. Ex.a, entre elas a de que ó ainda hoje o militarismo a base de toda a vida internacional.