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tfessão de 6 de Dezembro de

feitos que lhes são inerentes deixam-se arrastar pelas aparências e pelas palavras mais brilhantes e, quantas, vezes, duma superficialidade eloquente. E indispensável não desperdiçar dinheiro,, o que quere dizer —sabe-o bem a Câmara que tam distintos elementos contém—gastar, tendo previsto o rendimento seguro desse emprego de capital. É o caso deste projecto de lei.

Disse o ilustre Deputado Sr. Carlos Pereira com a expressão brilhante, q,ue caracteriza sempre os seus discursos e o fogo sugestivo da sua mocidade ardorosa que as despesas a realizar com a ida dos oficiais portugueses ao estrangeiro não eram despesas que resultassem em proveito para o exército e, portanto, favoráveis aos interesses da Pátria.

Não é assim e magoa-me, que nesta Câmara tam ilustre colega me julgue susceptível de esquecer o bem da colectivi-. dade.

Os oficiais vindos ?do estrangeiro trazem ensinamentos úteis colhidos em exércitos que têm meios e dispõem de elementos de que carecemos.

Tal critério de economias não possui a Espanha, a'Suíça, a Itália, otc., que mandam os seus oficiais à Escola Superior de Guerra de • Paris que tem sido frequentada depois da Grande Guerra por oficiais dos exércitos de quási todos os países, da Europa e da América, 'tendo recebido oficiais de elevadas categorias que vão ouvir as prelecções sábias dos mestres da guerra, que comprovaram a sua elevada competência cooperando nos mais difíceis comandos e colaborando nas mais brilhantes vitórias que ô Marechal Foch alcançou com o seu saber o as suas altas qualidades de comandante.

Quere dizer que todos os países que precisam formar os seus exércitos, tendo por base a instrução "dos quadros mandam os seus oficiais mais distintos frequentar as escolas, cm que se colhejn os mais úteis ensinamentos è só nós faltaremos a ocupar o lugar a que temos direito e donde poderemos tirar o maior proveito. Não pode ser.

Não deve haver um critério económico tam estreito.

Devemos economizar e economizemos. ealmente despendendo importantes verti as com a instrução dos quadros, selec-

cionando estes, impondo fortes e justas sanções àqueles que deixem de se encontrar em condições de desempenharem as respectivas funções. Faça-se isto, instrua-se e exija-se. Eleminem-se os maus elementos e premeiem-se aqueles que se encontrem em melhores condições e se impõem pelo seu saber, pelo seu zelo, pelo seu desvelado interesse e que procuram o brilho das instituições, em que são factores do maior êxito.

Gaste-se com este critério e passados alguns anos realizamos efectivamente economias e teremos conseguido, o que muito importa a qualquer colectividade, a sua . valorização moral, impondo-se o exército ao respeito e à consideração da Nação, que o fornia e constitui com a sua moei-" dade mais valiosa.

A selecção dos oficiais do estado maior é a primeira condição de vitalidade para as instituições.

Não procuro favorecer, os interesses particulares. Protesto sempre contra a orientação que, por vezes, tem sido seguida, pois que o meu objectivo é apenas favorecer o exército, entendendo que cumpro o meu dever de Deputado, que especialmente se dedica a estes assuntos respeitantes à defesa nacional.

A comissão de finanças, à qual pertencem tam ilustres colegas, nesta Câmara, deu o seu parecer, reparando uma injustiça que se praticaria não concedendo vantagens idênticas a oficiais que ficam em condições semelhantes, mas não julgou essencial prever o futuro e com esta orientação elaborou o seu contraprojecto.

O meu projecto tende a fixar princípios, regulando a situação presente, visto que há um oficial qu§ frequentou a Escola Superior de Guerra de Paris e não temo curso do estado maior português, havendo um outro, por acaso nosso colega, o Sr. Leio Portela, que está frequentando essa escola e que despendendo a sua energia mental, trabalho e até verbas importantes, procura aumentar os seus conhecimentos sem encargos extraordinários para o Estado.