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Diário da Câmara doa Deputado»

der-se das palavras de S. Ex.a, porque ela leva ao "desvio imperialista para que foi arrastada a Alemanha em 1914 e tende a converter as sociedades humanas em antagonismos tam irredutíveis que assistimos a uma transformação de valores espirituais e o que nasceu para simplificar a actividade do homem se converte afinal no maior instrumento da sua miséria, da sua dor e da sua desgraça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vitorino Godinho: — Sr. Presidente : pouco tempo ocuparei a atenção da Câmara porque a hora vai bastante adiantada e já outros Srs. Deputados pediram a palavra sobre este assunto.

Sr. Presidente: pedi á palavra para dizer à Câmara, porque entendo que o preciso dizer, que dou o meu voto inteiro e completo e todo o meu aplauso ao projecto de lei apresentado pelo Sr. Pires Monteiro. .

Eu sou daqueles que entendem que as circunstancias graves que o país atravessa não são de molde a deixar que nós façamos quaisquer desperdícios; sou daqueles que entendem que neste momento, porque atravessamos uma crise dificílima, todas as economias que podermos fazer são poucas, mas entendo também que há economias e economias.

O projecto de lei apresentado pelo Sr. Pires Monteiro, não tenho dúvida em afirmá-lo, representa uma economia, uma vantajosa economia para o País.

Sr. Presidente: não sei se por fortuna minha vivi durante algum tempo num meio um pouco diferente deste: tive a honra de estar em contacto .durante três anos com o exército francês, guardo ainda hoje, e' guardarei sempre, as mais gratas recordações de camaradagem e até de boa amizade que mantive com uma grande parte dos oficiais do exército francês, mas essas relações de carácter pessoal não me levariam a vir aqui, porventura, dizer palavras que não pudessem corresponder è, verdade daquilo que sinto, e essas palavras que aqui venho dizer hoje têm por fim mostrar à Câmara a necessidade imperiosa, urgente e absoluta, de mandar oficiais do exército português ao estrangeiro.

Apoiados.

Sr. Presidente: na minha passagem, como adido militar em França, "ive algumas ocasiões que foram para mim bastante difíceis, tive outras de bastante regozijo, mas tive algumas que foram um pouco amargas, isto sem me querer referir àquelas de ordem política que por vezes quási rno faziam chegar as lágrimas aos olhos, quero referir-me simplesmente àquela em que me encontrei ao ter de desculpar-me e o meu país perante o alto comando francês, por não termos junto desse exército, por não termos na,s escolas francesas das diferentes armas e cursos aquela representação, a que nos dava direito não só a nossa situação de termo:? entrado na guerra e sermos aliados, mas a determos uma Nação que procura viver respeitada e livre, impondo-se pelo seu esforço à consideração dos outros povos.

Se é. certo que na Europa não ocupamos um lugar de destaque, não ó menos certo que ainda hoje somos uma das grandes potências coloniais do mundo e, Sr. Presidente, V. Ex.a compreende que quando eu via oficiais do exército de pequenos países, de países que atravessam uma crise mil vezes mais angustiosa do que a nossa, estarem frequentando as escolas de França, não deixava de sentir uma grande pena por não termos também lá os nossos.

É que esses pequenos países têm a nítida compreensão de, que, enviando às es-•colas francesas os oficiais do seu exército, íazem uma economia proveitosíssima.

Sr. Presidente: ainda ultimamente, perante instâncias por mim fei;as para que fossem mandados oficiais para as escolas francesas, eu recebia como resposta que efectivamente no Ministério da Guerra se entendia que deviam s^er enviados oficiais nossos à frequência dessa,s escolas, mas que semelhante cousa não podia levar-se a efeito, visto que o Parlamento não facultava os precisos meios para isso e até não recebia bem essa idea de seram enviados oficiais para o estrangeiro.