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de 13 de Dezembro de 1922

afirmou que esse crédito era bastante para a construção do pavilhão, à qual era exclusivamente destinado, e comprometeu-se a dispensar o pessoal desnecessário.

O primeiro adiantamento dê 120 contos foi aplicado, em parte, em despesas por minha conta e no pagamento dos vencimentos e despesas de viagem a alguns dos funcionários dispensados. Conservou-se, porém, uma parte períeitamente inútil. O grupo português, desgostoso, procurou averiguar se o crédito seria suficiente, apurando, já depois de um segundo adiantamento de 102 contos, que eram necessários mais 970 para concluir o pavilhão.

O grupo declarou, duas vezes, não dar mais dinheiro, dizendo que só o fará se o Governo Português expressamente assumir a responsabilidade de ultimar, coin-pletamente, o pavilhão. O comissário não tem vintém, nem para pagar aos operários uma quinzena de férias.

A situação é extremamente aflitiva e r^airosa, e só pode ser remediada abrindo o Governo Português, com grande urgência, na Agência Financial, no Rio de Janeiro, um crédito de 250 contos para esta despesa imediata. Quanto à obra, julgo muito prejudicial, para o crédito, n^o concluir o pavilhão, e inconveniente suspender-lhe a execução; mas penso que o grupo português adiantará a quantia necessária, se o Governo Português tomar o compromisso de pagar, conseguindo a aprovação no Parlamento, do crédito necessário. A quantia importa em 220 contos já adiantados, mais 970 contos orçados para obras e mais 250 contos calculados, num total do cerca de 1:500 contos brasileiros, sendo absolutamente necessária, desde já, a última parcela. O comissário, conquanto probo e engenheiro competentej desmereceu o conceito geral em virtude de verdadeiro desatino administrativo e processos indecorosos para remover a penúria do Comissariado».

Também na mesma ocasião e em resposta ao meu telegrama mandando regressar todo o pessoal disponível, recebido em Lisboa, ele se exprimia por forma que chegava a parecer troça, ou era um estranho sintoma de fraqueza. .

Em face de tal atitude entendi que não tinha outra cousa a fazer senão mandar regressar a Lisboa o comissário ge-

ral, dada a fraqueza demonstrada, não mantendo na ordem o pessoal, nem fazendo cumprir as minhas determinações. • O que o Sr. Lisboa de Lima com efeito tinha a fazer não era queixar-se a mim, era obrigar o pessoal a embarcar cortan-dolhe inclusivamente todas as ajudas de custo.

Todavia, mandando regressar imediatamente o Sr. Lisboa de Lima usei ainda para com S. Ex.a de consideração. O que porventura eu deveria ter feito era exonerá-lo desde logo. J^m Portugal as con-sae estão correndo por tal fornia que muitas vezes se' manda proceder com violência e a té com brutalidade e todos os esforços são baldados. (Apoiados).

Um novo telegrama fez que não tivesse de me arrepender da resolução que tomei, porque vinha efectivamente confirmar que eu procedera bem, mandando regressar o Sr. Lisboa de Lima, pois para decoro do país e da República não era admissível 4ue ° Sr. Lisboa de Lima andasse de porta eni porta pedindo dinheiío para acudir a despesas do Estado, como quem pede para as almas. „ Aparece finalmente o Sr. Lisboa de Lima com um telegrama fazendo uma espécie de caramunha. É o seguinte esse telegrama:

«A campanha da imprensa, que desfarei com provas, e os abusos evitados, de empregados que dispensei, convenceram o Governo e o Embaixador da minha de-missãOj a fim de não partirem. A Exposição Portuguesa está em risco de fracassar em mãos inábeis, justamente nas vésperas da inauguração e depois de um esforço colossal».

Já a Câmara vVê com que força o Sr. Lisboa de Lima evitava os abusos.

Sr. Presidente : pelo que me respeita repilo a insinuação contida neste telegrama, e creio que todos serão concordes, embora com credos políticos diferentes, em prestar homenagem a todas as qualidades que caracterizam a individualidade do Sr. Embaixador do Rio.

Diz-se aqui que está em risco de fracassar a nossa representação.