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Sessão de 13 de Dezembro de 1922

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cardo Severo e só depois com a casa Terra que era a outra entidade designada.

Particularmente, o Sr. comissário disse-me que visse bem como encaminharia •as cousas, pois não queria dois galos no mesmo poleiro, frase de S. Ex.a, e que medisse com cuidado as atribuições que desse ao Sr. Severo, caso as desse, visto que o Sr. Severo era uma pessoa que gozava de grande consideração na colónia e era preciso não lhe dar poderes demais que pudessem prejudicar ou assombrar a futura acção do comissário.

-Felizmente não houve quaisquer embaraços sobre este ponto, visto que o Sr. Se-A'ero, e aproveito a ocasião para prestar as minhas homenagens à sua inteligência e talento, só aceitaria o encarregar-se de trabalhos na condição de poder alterar os projectos, o que eu. em vista das ordens levadas, não podia consentir, bem contra vontade minha e do Sr. embaixador, pois impunha-se a necessidade de os alterar.

Nestas condições, tive de entender-me com a Casa Terra.

O Sr. Lisboa de Lima disse-me que tomasse informações dessa casa por intermédio do nosso embaixador ou pela Câmara do Comércio.

O Sr. embaixador respondeu que não conhecia nada de construtores e o Presidente da Câmara do Comércio deu a respeito dela as melhores referências, acrescentando que melhores as podia dar o Banco Nacional Ultramarino.

. Fiz a consulta a este Banco e foi-me dito que a casa Terra era a que estava encarregada de fazer a construção do novo edifício para aquele Banco e que até agora tinha sido este quem fazia todas as construções e obras que a este Banco tinham sido precisas.

Creio que não podia obter melhor referência.

Começaram-se então os trabalhos de construção do Pavilhão de Honra.

Em Fevereiro ainda não tinha os projectos .. .

Posteriormente comecei tratando da colocação do pavilhão das indústrias, na Avenida das Nações, o que era pretendido por todos os Países, aos quais, apesar de insistentemente pedido, isso tio.ha sido. recusado* , • , .

Pelas nossas relações com o Brasil julguei fácil conseguir que Portugal ali fizesse aquele seu segundo pavilhão. O Sr. Embaixador interessou-se nisso, chegando a fazer esse pedido ao Sr. Tresidente da Republica, mas nada conseguiu de entrada. Depois a propósito de qualquer cousa consegui obter o que pretendíamos. Tratei de começar logo os trabalhos.

No seu relatório o Sr. Comissário acusa--me de eu não ter feito o projecto para as fundações.

É facto, mas devo aqui declarar que nunca tive na minha mão os projectos completos dos Pavilhões.

Eu ia fazendo conforme recebia os projectos. O primeiro desenho do Pavilhão de Indústrias que me chegou às mãos foi o do corpo central.

Mesmo que visse o projecto de nada serviria porque posteriormente apareceu outro projecto e depois ainda um terceiro anulando o anterior.

Faltaria o ferro: o primeiro que lá chegou foi recebido 28 dias antes da abertura da exposição.

O pavilhão de honra não ia completo. Fiz o que pude na montagem, tendo de parar com os trabalhos neste pavilhão por me faltar o ferro.

Também para o pavilhão das indústrias não foi todo o ferro preciso.

Mesmo que o prazo de 28 dias não fosse curto para a execução de todo o trabalho, este não poderia concluir-se visto que não havia ferro.

O pessoal que foi de cá era de quatro casas construtoras, mas só o de duas casas pôde trabalhar.

O das outras duas casas nada pôde fazer, porque não havia o ferro que tinham executado e de cuja construção estavam encarregados.

Trabalharam só os operários da União Metalúrgica no pavilhão de honra, e os da Casa Dargent no corpo central.

É claro que depois de chegrar todo o ferro que sÓ foi no Lourenço Marques com o Sr. Lisboa de Lima, os trabalhos seguiram, .podendo trabalhar todos os operários ao mesmo tempo e verificando-se a natural consequência disso que foi o aparecer trabalho feito. Sem material e sem se poder aproveitar todo o pessoal é que nada se podia fazer.