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Sessão de 13 de Dezembro de 1922

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forma a exigir segundo despacho. Isto nas duas primeiras.

Tondo concordado o Sr. Lisboa de Lima e eu que as facturas estavam exageradas, avocou aquele senhor a si o direito de tratar com a casa, pedindo-me que ao facto me abstivesse de fazer qualquer referência, pois de maneira nenhuma queria que entre a colónia houvesse divisões o que fatalmente sucederia, se tivessem conhecimento do que se passava.

Ficou, pois, esse caso entregue ao Sr. Lisboa de Lima, tendo eu unicamente servido de intermediário uma vez, por isso me ter sido solicitado por esse senhor.

Diz, porém, no .seu relatório que eu insisti pelo pagamento dumas contas. Insisti por que fossem liquidadas e Dão pagas, o que para mim era absolutamente indiferente, e se o fiz foi por saber que o sócio da casa Terra, que tinha feito todos os trabalhos e o único que conhecia das contas, seguia para a Europa.

E julgava e julgo que a única maneira de discutir contas é com quem sabe do que são e o que representam.

Não foi, porém, satisfeito este meu desejo, e só muitos dias depois da partida daquele indivíduo para a Europa se começou a discussão das contas com o outro sócio que ignorava completamente o conteúdo delas.

Os preços dos materiais e trabalhos foram arbitrados por quem, não sendo nem engenheiro, nem construtor, os forneceu como muito bem lhe apeteceu.

Apresentam uma diferença grande dos preços correntes ou oficiais.

Há diferenças nos preços como estas: areia, 18$ o metro cúbico, quando o preço., oficial é 30)51 o metro cúbico; pedra britada, 26$ para 35<_5 de='de' _15='_15' _17653='_17653' pedra='pedra' betonilha='betonilha' _7479='_7479' cúbico='cúbico' p='p' _1155055='_1155055' para='para' etc.='etc.' metro='metro' me-tro='me-tro' _108550='_108550' alvenaria='alvenaria' _225='_225'>

E claro que com preços fantasiados conclui-se tudo quanto se quer...

Não são preços do mercado, são preços exageradamente baixos.

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo) : — Essa casa não desistiu ?

O Orador: — Não.

Uma outra acusação que o Sr. Lisboa

de Lima me faz é que até mandei pedir para Lisboa ao Sr. Presidente do Ministério o envio de mais dinheiro. Assim foi, não há dúvida, e expliquei que julgava necessário habilitar o Comissariado Português com 2:000 contos brasileiros, e que não se fiasse S Ex.a nas pretensas receitas. Umas eram vergonhosas, outras só viriam depois dos pavilhões abrirem.

O Sr. Lisboa de Lima preferiu, porém, ir sem dinheiro, e a primeira cousa que fez, chegando ao Kio, foi empenhar os pavilhões por 1:000 contos brasileiros.

Se eu tinha ou não razão dizendo serem precisos mais 2:000 contos, e que era preciso cuidado com certas'receitas por vergonhosas, acaba a Câmara de o reconhecer, ao ficar edificada pelos telegramas que o Sr. Vasco Borges leu, e que foram enviados pelo Sr. Embaixador.

Mas à mesma conclusão já deve ter chegado o Sr. Lisboa de Lima. Acabando de empenhar os pavilhões e pagando de juro 9 por cento nos quarenta dias em que, à data da minha partida do Rio, já lá estava, este senhor gastou 980 contos. E isto sem pagar qualquer das contas atrasadas.

Isto em quarenta dias; até o fim da exposição seguramente S. Ex.a gastará outros 1:000; logo, o que dizia para cá ser necessário não era exagerado, pelo contrário.

Afirma mais o Sr. comissário que contava, quando chegou ao Rio de Janeiro, ter os pavilhões de forma que num mês lhes podia meter dentro os produtos.

£ A ser assim, porque é-que ainda não abriu o Pavilhão de Honra, que, no dizer deste senhor, estava num notável avanço, e que prometia no citado relatório abrit em 15 de Outubro? Estamos a 13 de Dezembro, e ainda não está aberto.

Parece que S. Ex.a, entre outras virtudes que lhe faltam, também não conta a de acertar no cálculo do tempo preciso para se fazerem construções.

Ainda uma outra acusação do Sr. Lisboa de Lima: «que eu pretendia o lugar, e que fiz o possível para que ele fosse demitido».