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Diário âà Câmara do» ueputàâos

actos, irem desaparecendo, tinia á uma, as suas acusações-.

O procedimento desse senhor até agora dá*me a segurança de que, com o tempo, revelará completamente as suas habilidades e ficará patente a inanidade das suas acusações.

Mas) se alguma,vez me tivesse passa-vdo pela cabeça provocar a demissão do Sr. Lisboa de Lima do cargo de comissário, daria conhecimento- ao Sr. Presidente do Ministério do telegrama que ao Sr-, comissário dirigi em cifra.

Nesse telegrama, enviado autos da partida do Pedro Nunes, dizia o que passo a explicar-.

Os transportes feitos nos navios do Estado ficavam fabulosamente mais caros do quê feitos em navios particulares. As-sinij tomando por base o preço dos fretes d&s mercadorias que a Bélgica enviou à exposição, è calculando em 5:000 toneladas as que Portugal enviou, que a tanto não chegou, custaria o transporte dos nossos produtos 300 contos, moeda portuguesa-.

Pois os dois navios, Pedri) Nuníeè e Loufènçò Marques, custaram no mínimo, e digo no mínimo porque o cálculo foi feito com o câmbio a 4, custaram, dizia éUj 1V.6ÕO contos-.

Quer dizer que, se se fizesse o que eu aconselhava) se gastariam menos 1:350 contos.

•Mais difcia, no telegrama, que me tinham pedido pela instalação eléctrica completa, e que para cá isso tinha comunicado, 140 contos brasileiros.

Oâ electricistas, em três meses de forçada inércia-, já tinham custado 120 contos brasileiros-.

• Quere diger» ainda sem se ter feito níída já se gastou em pessoal quási tanto como custava toda a instalação.

Mandei dizer mais, nesse telegrama, que os marinheiros custavam por dia 40$OQO réis brasileiros, quando havia 14 quem fizesse esse serviço por -7$000 réis-. E que esse preço era já pagando generosamente.

• A resposta que tivô foi ir o Lourenço Marques e levar mais electricistas e mais marinheiros.

Foi bom este debate par-â sê Ver que não era eu ô culpado de 'tudo.

Não sei se A Câmara tem rep-arado que

tudo isto da Exposição do Hio de Janeiro anda à roda de ferro. Ferro que não chega, ferro que cai, ferro e sempre ferro.

Devo notar que nenhum país fez pavilhões em ferro para desmanchar, excepção da Bélgica, que fez um hangar em ferro para o seu Pavilhão d€> Indústrias.

A Itália fez o'seu pavilhão em ferro, mas por o destinar, posteriormente à exposição, para uma escola.

Haveria- vantagem para melhor se compreender toda'esta trapalhada da exposição, e, para começar pelo principio, em se averiguar que vantagem hm ia pura o País, quer sob o ponto de vista do economia, quer sob qualquer outro ponto de vista, em. fazerem-se os pavilhões em ferro..

Países produtores de ferro não fizeram pavilhões em ferro, e Portugal, que o tem de importar, fez. Porquê ?

O nosso Pavilhão de Honra cobre-400; metros quadrados; pois1 só ele tem mais ferro do que todo o pavilhão da Itália, que cobre 1:600 metros quadrados.

O nosso -Pavilhão de Indústrias,cobre 4*000 metros quadrados; pois tem mais ferro seis vezes que o pavilhão de Indústrias da Bélgica, que cobre 5:000 metros quadrados.

Não são insinuações que vou fazer, são afirmações que se podem verificar em qualquer Anuário Comercial.

O Sr. Lisboa de Lima è director da fábrica de ferro que forneceu o Pavilhão de Honra e parte do Pavilhão de Indús-trias. »

Um cunhado deste senhor é director doutra fábrica fornecedora.

O Sr. Lisboa de Lima despediu o pessoal metalúrgico que trabalhava nos pavilhões, mas deixou ficar o pessoal da fábrica de que é director.

E essa fábrica recebe percentagem e não pequena sobre os salários que os operários lá recebem. -

Apartes.

Tenho dito.

O Sr. Cunha Leal: — O que é certo è que, apesar de tanto ferro, o pavilhão caiu.'

Apartes.