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Diário da Câmara dos Deputados

grande parece ser o desejo de apurar res-ponsabilidades, não deveria ser o Parlamento o primeiro a dar o exemplo de que estamos efectivamente dispostos a esclarecer todos os casos suspeitos e a punir aqueles que não sabem cumprir a seu dever?

Apoiados.

Há comissões de inquérito nomeadas há três anos e ainda hoje estamos para saber qual foi o resultado dos seus trabalhos e as conclusões a que chegaram.

£É este facto, porventura, conveniente ao prestígio do Parlamento e da Eepú-blica?

Creio que já é tempo de exigirmos a conclusão dos trabalhos dessas comissões, ou, então, de as extinguirmos.

' O Sr. Viriato da Fonseca: — Varrendo a minha testada, eu devo informar a Câmara,, e, em especial, o ilustre Deputado Sr. Joaquim Brandão de que a comissão de inquérito aos Bairros Sociais, de que sou relator, já enviou a esta casa do Parlamento, há perto de ano e meio, parte do relatório que se refere ao bairro da Covilhã.

É posto à votação o requerimento do Sr. Joaquim Brandão.

Ê rejeitado.

O Sr. João Bacelar: — Requeiro a contraprova.

Feita a contraprova, é aprovado. - É aprovada a urgência requerida pelo Sr. Joaquim de Matos, para o projecto que enviou para a Mesa.

O Sr. Jaime de Sousa: — Comunico à Câmara que a comissão de marinha se instalou hoje, tendo elegido para seu presidente o Sr. Leote do Rego e para secretário o Sr. Agatão Lança.

ORDEM DO DIA

Continua em discussUo o projecto w.° 377-C

O Sr. Paulo Cancela de Abreu (para invocar o Regimento): — Creio que não estando presentes o Sr. Ministro do Comércio e o Deputado que apresentou o projecto que está em discussão, esta não pode prosseguir.

O Sr. Presidente: — O Sr. Ministro do. Comércio já se encontra na »ala.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Começo por, mandar para a Mesa a minha moção do ordem concebida nos seguintes termos :

Moção de ordem

A Câmara, reconhecendo que as gravíssimas revelações feitas a respeito da representação de Portugal na Exposição do Rio de Janeiro, são mais uma alarmante manifestação dos desregramentos administrativos do regime, que tem trazido ao país, em escândalos sucessivos, além de prejuízos de centenas de milhares de contos, só vergonha e descrédito, continua na ordem do dia.

Sr. Presidente: permita-m^V.Ex.a que comece por me referir ao que só passou na sessão de ontem.

O meu querido amigo e ilustre parlamentar Sr. Morais de Carvalho, usando da palavra com o brilho, a competência e a ponderação habituais, formulara ao Sr. Ministro do Comércio, pregimtas concretas sobre se havia a certeza de os pavilhões portugueses na Exposição do Rio de Janeiro poderem ser concluídos a tempo de serem utilizados e se garantir a boa aplicação da verba proposta e a reputava suficiente. '

Só assim a minoria monárquica poderia pronunciar-se conscienciosamente sobre o projecto em discussão.

Apoiados.

Nesta ordem de ideas, orientaram as suas considerações o Sr. Alberto Xavier, • membro do bloco e o Sr. Lúcio de Azevedo, membro da maioria; o que evidentemente demonstrava que a Câmara, pelo menos na sua maioria, pensava como nós. . ,

Assim o entendeu também o Sr. Ministro ; e, por isso telegrafou ao nosso embaixador no Rio de Janeiro e declarou ontem à Câmara que esperava poder trazer aqui hoje ou amanhã a resposta às preguntas do meu ilustre correligionário, visto que ôle Ministro nada podia por si garantir.