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Êessão de ÈO de tiezevúro de Í9È2

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sição do Rio de Janeiro de 1908, o que motivou até justíssimas e insuspeitas palavras de louvor do Sr. Ministro do Comércio para com o Sr conselheiro Schrõ-ter, que foi presidente da comissão encarregada dos trabalhos.

Querem mais confrontos?!" 0 Vamos fazê-lo, numa síntese, pelo que respeita à Exposição de Paris, a que o Sr. Cunha Leal se referiu.

Os nossos pavilhões na Exposição de Paris foram concluídos a tempo de figurarem na Exposição desde o início. O sucesso da nossa representação foi muito apreciável. Basta ler a imprensa portuguesa e francesa da época para se chegar a semelhante conclusão.

As contas foram todas com toda a minúcia e devidamente escrituradas e documentadas.

Todas as contas e toda a documenta-. cão foram enviadas pelo Comissário Régio, Conselheiro Ressvano Garcia, ao Ministro respectivo, em 7 caixas, que lá se devem encontrar acessíveis ao exame de quem tenha dúvidas.

No ofício que acompanhou a remessa, e cuja cópia tenho em meu poder, fez-se um desenvolvido relato do modo da disposição das contas e da sua correlação com os documentos e declara-se que a despesa total com a Exposição foi de 274:312$268, o que actualizado pelo valor actual da libra cheque (20 vezes) per? fazia o máximo de 5.480:24õá>360, o . que ainda faz uma certa diferença dos 14:000 contos ou mais que são devorados pela Exposição actuai para não haver pavilhões ! Mas a receita cobrada foi de. 252:603^968.

j E, portanto, o encargo para o Estado na Exposição de Paris foi apenas de 21:708^3001

Por sinal que, desta importância e em resultado de liquidações urgentes que foi preciso fazer com parte da verba dos seguros pagos em consequência do naufrágio do Santo André, o Estado ficou devendo a Ressano Garcia uma verba importante, que ainda não foi paga.

E nem todos os Ministérios chegaram a abonar para as despesas da Exposição as verbas que, para tal fim, haviam sido incluídas no Orçamento Geral do Estado de 1900-1901. .

Querem o confronto? Aí o têm! E não

o podia haver mais eloquente para que o País veja o que foi a Monarquia e o que é a República.

Pareceu-me ter ouvido memorar, em aparte, qualquer alusão ao naufrágio do Santo André, onde eram conduzidos para Lisboa os produtos dos expositores.

Ora, eu tenho aqui, devidamente autenticado, o relatório do comandante deste navio, no qual desenvolvidamente se expõem as causas do sinistro.

A sua tradução foi publicada no Século de 3 de Fevereiro de 1901. Nela se demonstra que o sinistro foi casual e inevitável, em consequência do enorme temporal que o navio sofreu nas costas do norte durante dois dias, e os esforços sobreiimanos que toda a tripulação, com grave risco, e por fim o Nikolai empregaram para o salvar.

E, mesmo depois de perdidas todas as esperanças, o Bérrio saiu em sua demanda, como prova a notificação de ocorrências marítimas que tenho em meu poder.

Como disse, em assuntos destes não nos interessam os homens. E eu não conheci Ressano Garcia, ele não me deixou procuração, nem os seus ilustres e dedicados filhos ma passaram.

Porém, para poder fazer o meu juízo, procurei colher elementos que me elucidassem. E, em face do que apreciei, posso declarar a V. Ex.a e à Câmara que o sucesso da Exposição de Paris se deve, em grande parte, ao prestígio de que o conselheiro Ressano Garcia gozava naquela cidade. (Apoiados}.

Para o provar basta um exemplo: em um banquete oficial, realizado na secção de minas, o comissário francês, na Exposição, M. Picquard, fazendo o seu brinde oficial a todos os países representados^ referiu em terceiro ou quarto lugar Portugal, salientando que assim procedia porque Portugal estava representado por um notável engenheiro, que fora seu condiscípulo nas escolas de Paris.

Mais! Ressano Garcia, Sr. Preaidentef bateu-se como voluntário na guerra de 70. Saiba-o o Sr. Cunha Leal, saiba-o a Câmara.

O seu alistamento na guerra franco--prussuma foi mesmo a causa principal da prestígio de que ali gozava.