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da Câmara dos Dêputadoê

engenheiro distintíssimo, ,que prestou assinalados serviços à cidade de Lisboa.

O plano de todas as lindas e largas avenidas que em todos os sentidos foram rasgadas é seu.

A obra de Rosa Araújo nele foi inspirada. Ventura Terra e outros aproveitaram as suas ideas e planos de que des.-criam antes de realizados.

Quis uma vereação retribuir os seus •notáveis serviços à capital com uma gratificação de 10 contos, e ele rejeitou-a, alegando que os seus serviços eram pagos com o ordenado que recebia.

Resolveu a câmara municipal consagrar-lhe uma festa de homenagem, e deu o seu nome à principal avenida que ele abrira.

Porém a República, que tanto se tem aproveitado dos trabalhos e estudos de ' Ressano Garcia, sentiu engulhes com aquele nome, e cometeu a ingratidão e gros-saria de o riscar, dando àquela avenida o nome de Avenida da República.

Ora eu apresento um alvitre. Está aí uma vereação, qup, para lazer pirraça ao Marquês de Pombal, anda a brincar aos terramotos para as bandas do Rossioj certamente, porque não tem mais em que se ocupar. Pois ela que se encarregue de suprimir este nome já gasto de Avenida da República e que determine e faça solenemente o seu novo baptismo com o nome de Avenida dos Pavilhões, e que ao cimo, no lugar de Saldanha, coloque a estátua da Vergonha, apontando o fundo onde, no lugar onde se eternizam obras do monumento da Guerra Peninsular e aproveitando o pedestal já feito, imortalize no bronze o Chefe do Governo, principal responsável moral pelo que se passou, tendo a cercá-lo todos os culpados.

Merece consagração condigna mais este memorável feito perpetrado sob a égide da República!

Ainda o Sr. Comissário Geral dissè"na, Câmara de Comércio do Rio que tinha uma notícia agradável a dar. j Tratava-se da exibição de «um legítimo carrilhão de Braga, para fazer relembrar aos portugueses dali ,os agradáveis momentos que cá se passam» !

Realmente, Sr. Presidente, se não olhássemos a despesas, acharíamos interessante que fossem levadas ao coração dos por-

tugueses de Além as vibrações dos nossos campanários do Minho, que brandamente, como uma prece suave, se esvaem pelas quebradas das serras; levar-lhes a recordação do cantinho da sua aldeia e das suas romarias, das noites de consoada, da murta... do rosmaninho... de tudo, emfim, que representa beleza e tradição nesta terra abençoada. ' Mas não ó possível!

E certoA que o Comissariado disse também que «convidara um maestro a organizar a grande orquestra, com corpo de coros, cujas vozes pudessem congregar-se com o carrilhão».

Eu não sabia que os carrilhões de Braga têm adjuntos um corpo coral e uma orquestra siníónica.

Mas, seja como for, do que não há dúvida é de que, se os sinos já dobram, a orquestra já toca e o coro já Cc.nta. o que vibra no coração dos nosso» patrícios é um dobre de finados, uma marcha fúnebre e um coro de imprecações!

Sim, Sr. Presidente! j Um dobre de finados porque está de luto o seu coração; uma marcha fúnebre porque vai a enterrar uma parcela da honra de Portugal, que ruiu do pedestal onde, bem altiva, a ergueu ali o rasgo heróico de dois portugueses de raça; um coro' de imprecações soltados lá e cá contra mais este escândalo vergonhoso, contra estes actos constantes que nos perdem e aviltam aqui e além fronteiras! Apoiados. Um carrilhão!...

Faltou levar o tradicional Zé Pereira, porque então o País, o povo que paga, seria o bombo da festa L ..

O carrilhão seguiu É pena. j De nada serve lá e faz falta aqui. Sim, porque, pelo que se vê, todos os carrilhões que há, espalhando a um tempo um rebate alarmante por esta terra adormecida, são insuficientes para despertar a alma da Nação! Disse.

Vozes da direita:—Muito tem! Foi lida na Mesa a moção do Sr. Cancela de Abreu.

Vozes: — Essa moção é insolente,!

Não pode ser admitida!