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Diário da Câmara dos Deputados
gueses, sejam ou não republicanos. Assim é necessário para que haja sossêgo e tranqüilidade.
Sr. Presidente: por último, quero recomendar ao Sr. Presidente do Ministério, por quem tenho a maior consideração pessoal, que tenha cuidado, pois S. Ex.ª está ameaçado (e, caso curioso, somos sempre os dois!) por aqueles que presam pouco a honra e a vida de cada um. É preciso que S. Ex.ª os meta na ordem, mas não com transigências. É preciso que os meta na ordem, perdoem-me a expressão, sem lhes passar a mão pelo lombo. Meta-os o Govêrno na ordem, levando os assassinos, que andam à solta, para as cadeias e para a África, que não fazem cá mais do que perturbar a ordem.
Se S. Ex.ª o fizer, pode contar connosco, não só colectivamente, mas até individualmente.
Exerça S. Ex.ª a máxima energia contra, os díscolos, e terá todo o nosso apoio.
Muitos apoiados.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Ministro das Finanças (Vitorino Godinho): — Serei breve em responder sôbre o horrível caso apresentado pelo Sr. Carvalho da Silva.
Não é meu costume empregar a minha palavra de honra sôbre assuntos tratados no Parlamento; mas posso afirmar que não conheço êsse funcionário, nem ninguém me pediu por êle. Sei, porém, que é um velho funcionário da alfândega que, numa precipitação, desviou uma certa quantia dos cofres ao seu cuidado, mas que entrou com ela, sem que o Estado ficasse por isso prejudicado.
Veja V. Ex.ª e compare a Câmara êste facto com os numerosos escândalos da monarquia.
Aqui não houve o prejuízo de um simples centavo para o Estado. Foi o processo ao conselho disciplinar e o relator foi de parecer que o funcionário fôsse punido com dois anos de suspensão, e outros membros do tribunal foram de parecer que êle devia ser suspenso.
Eu podia conformar-me com o parecer do relator, mas apliquei a pena de dois anos de suspensão e baixa de pôsto, de forma a que êsse funcionário não pudesse jamais desempenhar essas funções.
Eis aqui o grande escândalo e o grande crime que uma especulação política queria levantar no Parlamento.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: começo por agradecer as palavras proferidas pelos oradores que mo precederam, quer naquilo que me diz respeito pessoalmente quer no que diz respeito aos ilustres Ministros que vieram a fazer parte do Govêrno da minha presidência.
As palavras amáveis do ilustre leader da maioria, Sr. Almeida Ribeiro, são um desmentido formal da existência de correntes adentro do meu Partido que podem prejudicar a República.
Não menos me desveneceram as palavras dos ilustres membros da oposição que excederam a minha expectativa, o que não quere dizer que eu as não considerasse como já pronunciadas quando elas foram ditas ao Supremo Magistrado da Nação, a quem todos indicaram o meu nome para a formação do actual Ministério.
Quanto à estranheza manifestada pelo Sr. Álvaro de Castro acêrca da entrada para o Ministério do Sr. João Camoesas, é necessário desconhecer que S. Ex.ª tem desempenhado altas funções que se relacionam com assuntos de instrução.
O novo Ministro do Trabalho ao tomar posse da sua pasta tinha entre mãos altos estudos acêrca de previdência social e outros que se relacionam com a pasta do Trabalho.
Vou agora referir-me a uma parte das considerações feitas por S. Ex.ª e que dizem respeito ao provimento da pasta da Agricultura.
Segundo me lembro, já por três vezes oficiais da marinha de guerra têm assumido a gerência dessa pasta.
Ninguém pode pôr em dúvida a competência do Sr. Fontoura da Costa para ocupar a pasta da Agricultura.
Os profissionais não conhecem melhor as questões agrícolas do que S. Ex.ª que tem dado bastantes provas disso. E oxalá