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Diário da Câmara dos Deputados
da, em que a mais pequena cousa do barco, foi analisado; além disso o Conselho de Ministros deliberou que um dos seus membros, o Sr. Ministro da Marinha, pedisse a um engenheiro para estudar e analisar o caso e dizer da sua justiça.
Em parte alguma do relatório dêsse engenheiro se diz que o barco valia 2:500 contos.
Toda a gente que conhece os documentos, fazendo tal afirmação, deturpa a verdade.
Apoiados.
O barco foi vendido pelo que êle realmente valia no estado em que se encontrava.
Se qualquer objecto do mobiliário da minha casa estiver danificado vale uma certa importância, certamente que se o mandar arranjar vale uma importância maior.
Por último, Sr. Presidente, referindo-me às palavras produzidas pelo ilustre Deputado Sr. Leote do Rêgo, que tratou do assunto, tenho a dizer que S. Ex.ª produziu várias afirmações, fez crítica; fez análise como se o Governo se tivesse apresentado de novo, quando afinal de contas do que se trata é de apresentar novos Ministros e dar as explicações que fundamentam a sua apresentação.
Agradecendo a S. Ex.ª, assim como a todos os ilustres Deputados que usaram da palavra, cumprimentando as pessoas dos novos Ministros e as palavras agradáveis que me dirigiram, devo dizer a V. Ex.ª, Sr. Presidente, que esta moção está redigida em tais termos que só tenho de me congratular com S. Ex.ª
Se realmente todos os ilustres parlamentares de uma e outra casa do Congresso fazem votos para que o Govêrno procure realizar tudo quanto se contém na declaração ministerial, e, se como foi aqui dito, isso levaria muitos anos dá-me a impressão de que S. Ex.ªs esperam que êste Govêrno se conserve por muitos anos no poder.
Só tenho de me congratular com êsse facto.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: apesar de se dizer que em vários lados da Câmara, e nomeadamente na maioria, havia o propósito de se tratar do caso do vapor Lima, foi êste lado o único que se pronunciou sôbre tal assunto!
Entendi eu, pois, Sr. Presidente, que não podia, por decôro próprio e por decôro do próprio Parlamento, deixar passar em julgado as espantosas considerações que acabam de ser feitas pelo Sr. Presidente do Ministério, que apesar de envolverem insinuações, acusações graves, comentários desprimorosos, se mantiveram como de costume, naquelas costumadas reserva e confusão com que S. Ex.ª costuma tratar os assuntos nesta casa do Parlamento!
S. Ex.ª tem obrigação — e eu desde já declaro que não prescindo do uso do direito de o exigir — de dizer a quem pretendeu referir-se, nas suas destrambelhadas afirmações, quando pretendeu insinuar que da parte de quem se ocupara, aqui ou na imprensa, do caso do vapor Lima, havia apenas o intuito de caluniar os homens da República e não o de conseguir que se fizesse inteira luz acêrca do falado negócio.
Lamento que da parte do chefe do Govêrno nunca haja aquela atenção que a própria delicadeza impõe quando se trata de assuntos graves sôbre os quais S. Ex.ª tem de se pronunciar.
Se o houvesse, S. Ex.ª teria mais cuidado naquilo que diz.
Se as insinuações visavam êste lado da Câmara, repilo-as, devolvendo-as intactas ao Sr. António Maria da Silva.
Se o Sr. Presidente do Ministério tivesse ouvido o discurso que fiz, decerto não teria dito o que disse, e que revela inteira ignorância do assunto.
S. Ex.ª falou em navalhas de ponta e mola, e fez várias alusões injuriosas para um jornal que não segue as doutrinas dêste lado da Câmara.
Ora a expressão «navalha de ponta e mola», foi empregada pelo Sr. Lima Basto em alusão a correligionários seus!
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva) (interrompendo): — Eu costumo ser claro no que digo.
Não sei quem fez a apreciação de que o acto praticado tinha a sanção do Conselho de Ministros e que êle representava uma imoralidade.