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Sessão de 15 de Janeiro de 1923
permite que a comissão de infracções ao Regimento reúna durante a sessão.
Foi autorizado.
Foi aprovada a acta.
ORDEM DO DIA
O Sr. Leote do Rêgo: — Começo por mandar para a Mesa a seguinte
Moção
A Câmara, constatando pelas declarações já feitas pelo Sr. Presidente do Govêrno que se propõe realizar integralmente o programa contido na declaração ministerial de 11 de Dezembro último, passa à ordem do dia.
Sala das sessões, em 15 de Janeiro de 1923. — Leote do Rêgo.
O debate político que deriva da última crise está quási esgotado e a Câmara evidentemente fatigada, mas representando eu nesta Câmara a maior das colónias portuguesas, onde os jornais ainda são escritos em português, onde a moeda é portuguesa e onde milhares de portugueses seguem com a maior atenção o que se passa na política da metrópole desejo ocupar alguns momentos à Câmara.
Serei muito breve, tanto mais que o meu estado de saúde é precário.
Depois de quatro sucessivos encalhes da caravela governativa, ela aparece de novo com o seu ar de que quer navegar a todo o pano e, pelo que se vê, vento de confiança não faltará de todos os lados desta Câmara.
É preciso acentuar, ou antes repetir, visto que o Sr. Cunha Leal já o disse, que as oposições nenhuma responsabilidade têm nos sucessivos encalhes, os quais foram em fundo de areia.
Novamente se apresentou, como Chefe do Govêrno, o Sr. António Maria da Silva.
As minhas saüdações para os antigos e novos tripulantes da caravela e em especial para o Sr. António Maria da Silva.
Não somos correligionários, mas somos velhos amigos e, mesmo que o não fôssemos, uma cousa me prende a S. Ex.ª: é a solidariedade que para todo o sempre liga os homens sôbre cuja cabeça desabou um dado momento a injusta calamidade de acintosas perseguições políticas. Essa solidariedade só não liga para todo o
sempre aqueles que não têm carácter e são na sociedade os vagabundos, os cretinos ou microcéfalos.
Faz justamente agora um ano que tomou conta do Poder o Govêrno saído do Partido Democrático. Êsse partido foi e continua a ser o maior da República, embora Sidónio Pais e o malogrado Machado Santos tivessem pretendido destruí-lo.
E certo que êsse partido, quando foi chamado ao Poder, estava privado do seu antigo chefe que sem dúvida por razões ponderosas ainda hoje se encontra ausente, para além dos Pirinéus. Assumiu a presidência dêsse Govêrno o Sr. António Maria da Silva.
E indubitável que durante oito meses êsse Govêrno prestou grandes serviços ao país.
Os grandes problemas, cuja solução é instantemente reclamada por todos, não tiveram, como seria para desejar, a devida solução, mas não há duvida, de que o Sr. António Maria da Silva conseguiu uma cousa importante que foi o estabelecimento, quanto possível, da ordem pública, resolvendo-se aquelas questões que se tornavam irritantes.
S. Ex.ª conseguiu ainda sensatamente estabelecer uma plataforma que tornou possível a colaboração das direitas desta casa.
Foi assim que nós vimos depois de tantos anos os orçamentos aprovados e a estabilidade governativa mais ou menos assegurada.
Os nossos amigos no estrangeiro — que os temos ainda, graças a Deus — ficaram bem satisfeitos.
As carpideiras internacionais, aquelas que no estrangeiro tanto se preocupam em fazer crer que em Portugal é um foco permanente de indisciplina social, política e financeira, ficaram sem braços.
Contudo houve quatro encalhes.
Embora admire muito a coragem do Sr. António Maria da Silva, em pretender continuar ao leme da caravela, eu que sou seu amigo e não desejo de maneira nenhuma que fique inutilizado, a fim de poder no futuro formar Govêrno, dir-lhe hei que devo fazer uma associação política que todos sabem ser necessária.
Mas, emfim, S. Ex.ª o Sr. Presidente do Ministério ouve bradar os seus amigos: governe,