O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6
Diário da Câmara dos Deputados
do a boa conta em que é tido pelos comandantes das unidades em que tem servido e mostrou muita aptidão e dedicação pelo serviço. E muito correcto e disciplinado e julgo-o nas condições de ser promovido ao pôsto imediato quando lhe pertencer».
São, portanto, quatro coronéis comandantes de regimentos, que, embora dum modo indirecto, vêm dizer que ao general da divisão não era permitido castigar tam brutalmente um homem que tendo uma brilhante folha de serviços antes do castigo, continuou a merecer depois dele, as melhores informações.
E por estas e outras que a disciplina do exército anda há muito tempo pela lama.
Mas como se compreende que tendo ò tenente as melhores relações com o capitão, êste o tratasse na rua, e por um motivo fútil, tam incivilmente? Alguma cousa havia de extraordinário.
Parece que era uma provocação, o que vem agravar o procedimento do general.
O Sr. Presidente: — Tenho a prevenir V. Ex.ª de que já está muito excedido o tempo
O Orador: — Está muito bem. Então não direi mais uma palavra. Tenho visto aqui gastar tanto tempo com cousas inúteis!...Não digo mais uma palavra, nem volto à Câmara.
O Sr. Presidente: — Eu chamei a atenção de V. Ex.ª, para que V. Ex.ª pudesse terminar as suas considerações em dois ou três minutos, ou ficasse com a palavra reservada. Agora, se V. Ex.ª quere desistir da palavra...
O Orador: — Eu não desisto da palavra. V. Ex.ª é que ma tira.
O Sr. Presidente: — É que o Regimento só permite que se use da palavra, antes da ordem do dia, pelo espaço de dez minutos, e V. Ex.ª já está a falar há dezoito minutos.
O Orador: — Então não digo mais nada.
Vozes: — Fale, fale,
O Orador: — Se V. Ex.ª s quisesse, consultava a Câmara.
O Sr. Presidente: — Só o posso fazer a requerimento de V. Ex.ª
O Orador: — Então requeiro que V. Ex.ª consulte a Câmara.
Vozes: — Fale, fale.
O Sr. Presidente: — Não é preciso, em vista da manifestação da Câmara.
O Orador: — Agradeço a V. Ex.ª e à Câmara.
Reatando o fio das minhas considerações, devo dizer que o Sr. tenente Correia soube que o filho do Sr. general havia dito algures que êle, Correia, tinha assistido a uma reunião revolucionária contra o Govêrno, e em virtude disso escreveu a carta, que eu vou ler a V. Ex.ª,
«Exmo. Sr. alferes António de Sousa Rosa. — Constando-me que V. Ex.ª foi informado de que eu tinha reuniões secretas com elementos outubristas, populares e bolchevistas na Rua do Almada, rogo-lhe a fineza de me dizer, por escrito, quem foram as pessoas que lhe deram tal informação, a fim de as poder chamar à responsabilidade por falsas declarações.
Peço-lhe o favor de me autorizar a fazer uso da sua resposta, caso disso necessite. — De V. Ex.ª, etc. «.
A resposta do Sr. alferes Rosa foi a seguinte:
«Exmo. Sr. Alberto Joaquim Correia. — Em resposta à carta de V. Ex.ª tenho a dizer-lhe que tendo sido, como ajudante do Exmo. general, encarregado de vários serviços confidenciais, que. como a palavra indica, não são de molde a poder-se dar dêles informações a alguém, soube aquilo mesmo que V. Ex.ª diz constar-lhe de que eu fui informado. E, mesmo que assim não fôsse, V. Ex.ª não tem o direito de esperar de mim qualquer denúncia ou nomeação de terceiro para tomar responsabilidades, pois é cousa que eu nunca deleguei em ninguém. É isto que lhe posso comunicar. As ordens de S. Ex.ª se subscreve, etc. «.