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Diário da Câmara dos Deputados
Dei igualmente ordem para que se proceda a um rigoroso inquérito, a fim de se apurar devidamente como o caso se passou e entregando depois o assunto às autoridades competentes.
Vozes: — Muito bem.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: pedi a palavra para lavrar o meu protesto contra os factos que se deram na sala dos Passos Perdidos, e que representam um verdadeiro atentado contra a soberania nacional.
Não posso deixar de lamentar profundamente êsses factos, tanto mais quanto é certo que intervieram nele pessoas estranhas a esta casa do Congresso.
Sr. Presidente: é necessário que todos saibam como os factos se passaram.
O Deputado que ontem aqui respondeu ao Sr. Sousa Rosa fê-lo em termos muito correctos, invocando documentos oficiais, e procedendo dentro das garantias concedidas pela Constituïção. Assim não se compreende que um oficial do exército o esperasse à porta da entrada da sala para o agredir, sem lho pedir explicações e traiçoeiramente.
Devo especialmente lastimar que, tendo entrado no conflito o filho de um Sr. Deputado, êste, quando êle foi preso, se permitiu dizer que o detido estava sob a sua guarda.
Termino, Sr. Presidente, pedindo que as mais severas providências sejam tomadas para que factos desta natureza se não tornem a repetir.
Muitos apoiados.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Os factos não se passaram bem como V. Ex.ª acaba de relatar. Nenhum Deputado procurou impedir que um dos agressores do Sr. Homem Cristo fôsse preso. Houve, sim, um Sr. Deputado que conduziu a uma das salas do Congresso um dos indigitados agressores, mas simplesmente com o intuito de evitar a continuação do conflicto, dado o estado de exaltação em que essa pessoa se encontrava. Em todo o caso, êsse Sr. Deputado apressou-se a declarar que essa pessoa se considerava sob prisão desde aquele momento.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. Francisco Cruz: — Era ao assunto de que acaba de se ocupar o meu ilustre colega Sr. António Correia que ou desejava referir-me. Como, porém, S. Ex.ª já dêle tratou, e brilhantemente, eu limito-me a acompanhá-lo no seu veemente e justo protesto.
O orador não reviu.
O Sr. Cancela de Abreu: — Pedi á palavra para declarar que êste lado da Câmara, a cujas fileiras não pertencem, os dois Deputados em questão, faz votos por que o incidente de hoje se não repita (Apoiados), uma vez que acima de tudo colocamos o bom nome do País e o prestígio do Parlamento.
Apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: êste lado da Câmara assistiu com verdadeira mágoa ao conflito que acaba de se desenrolar. E porque êsse lamentável incidente pertence já ao domínio da polícia, eu limito-me, em nome da maioria desta Câmara, a associar-me aos protestos já formulados contra a coacção infame que se pretende exercer sôbre os representantes da Nação.
Muitos apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Em nome da minoria católica associo-me às palavras de protesto que têm sido pronunciadas nesta Câmara a propósito do lamentável incidente de há pouco.
O orador não reviu.
O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente: ouvi com muita atenção as declarações do Sr. Ministro das Colónias.
Infelizmente, em vez de me tranquilizarem è tranquilizarem a Câmara, essas declarações deixaram ainda o meu espírito mais alarmado do que já estava.
O Sr. Ministro das Colónias descreveu as circunstâncias especiais em que se deu