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Sessão de 23 e 24 de Março de 1923
inimigos da República os homens que tem combatido o empréstimo.
Não o diz por esta forma, mas diz que os inimigos da República aproveitam a proposta do Govêrno para ferir a República, e como eu e o Sr. Cunha Leal temos combatido êste empréstimo, sentimo-nos atingidos pela insinuação de estarmos a acompanhar os inimigos do regime.
Defendemos os interêsses do País, apenas.
Apoiados.
Vejo que se pretende voltar àquele período truculento de intolerância (Apoiados), em que ou se crê no que certas pessoas pensam ou se é inimigo do regime. Apoiados.
Houve dentro da República um período em,que os homens mais prestigiosos do regime corriam grave perigo, sendo insultados pelos adversários políticos, do próprio regime. Apoiados.
O Sr. Américo Olavo: — Houve também um período em que os homens mais prestigiosos eram assaltados junto das urnas eleitorais pelos correligionários de V. Ex.ª
Também é preciso lembrar isto.
O Orador: — Eu não estou a fazer acusações a êste ou àquele. Estou a referir-me a todos.
Mas é estranho que V. Ex.ª venha nêste momento da discussão trazer um caso pessoal de que não tenho culpa nem responsabilidade; um facto da natureza dos que aliás se dão todos os dias e que nas eleições se têm dado sempre.
O Sr. Américo Olavo: — O Senhor teve a responsabilidade.
O Orador: — Aceito-a inteira. Simplesmente trata-se da responsabilidade que resulta de um acto eleitoral, em que se pretendeu cometer violências de ambos os lados e em que cada um se defendeu como pôde.
O Sr. Américo Olavo: — Não com assaltos; e V. Ex.ª sabe-o muito bem.
O Orador: — Não quero discutir o caso num assunto desta natureza.
Converter um assunto desta natureza em incidente de ordem política e sobretudo eleitoral, não quero.
Estava eu dizendo que parece querer voltar-se àquele sistema de intolerância e de insulto, em que se pretende pôr em dúvida o republicanismo dos adversários, que como eu não pedem licença a ninguém para serem republicanos, porque já o era quando uma grande parte dos que me acusam ainda mamavam.
Tenho dito.
Foi admitida e posta em discussão a proposta do Sr. Sarros Queiroz.
A proposta vai na «Documentação». O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Américo Olavo não fez a revisão dos seus «àpartes».
O Sr. Tavares Ferreira: — Requeiro a V. Ex.ª que consulte a Câmara sôbre se consente que a sessão seja prorrogada até se votar a proposta em discussão, com prejuízo da segunda parte da ordem do dia, podendo marcar-se sessão para sábado e domingo.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: basta de provocações ao País! Basta de violências! Não apoiados. Apoiados.
Uma voz: — Violências?!
O Orador: — Sr. Presidente: quando o Sr. Barros Queiroz acaba de apresentar a esta Câmara um verdadeiro contraprojecto à proposta de empréstimo; quando uma discussão acêrca duma proposta desta magnitude, o estudo das emendas apresentadas se impõe a quem tenha o respeito devido a si próprio e ao lugar que ocupa como Deputado, um membro da maioria tem a ousadia de vir a esta Câmara...
Uma voz: — Ousadia?! Isto não pode ser!
O Orador: — Tem a ousadia de vir a esta Câmara escarnecer do País e do prestígio do Parlamento.
Não apoiados.
Protestos.