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Sessão de 23 e 24 de Março de 1923
dade é o País, e nós temos a honra de nos submeter ao juízo do País, que sabemos nos é favorável.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. José Domingues dos Santos (para explicações): — Sr. Presidente: se antes não usei da palavra para dar explicações, em nome do Grupo Parlamentar Democrático e em resposta às considerações feitas pelo ilustre Deputado, Sr. Ferreira de Mira, foi tam somente porque o Regimento da Câmara mo proibia.
Aproveito, porém, esta ocasião para, em nome dêste lado da Câmara, pôr a questão nos termos em que, a meu ver, ela deva ser posta.
Sr. Presidente: o Sr. Alberto Xavier, num congresso nacionalista, afirmou que tinha meios de impedir a votação do empréstimo. Pelo menos foi essa a impressão que ficou aqui depois do discurso proferido pelo Sr. Presidente do Ministério, que a tal respeito não teve qualquer resposta.
Sr. Presidente: dêste lado da Câmara faz-se questão absoluta da votação do empréstimo. Entende que êle é indispensável para a vida do País e sua defesa, e irá até onde fôr preciso ir.
Foi nesta ordem de ideas, depois do extenso discurso aqui proferido pelo Sr. Alberto Xavier, porventura, num movimento de irritação provocada por um discurso de cinco horas e meia, que êste lado da Câmara, sem qualquer intuito de querer ofender pessoalmente S. Ex.ª manifestou a sua discordância com essa atitude, rejeitando a admissão da moção.
De resto, o facto não é inédito nesta Câmara.
Já nesta casa do Parlamento, e não foi dêste lado que partiu a iniciativa, isso se foz; e então, tive ensejo de ouvir da bôca do leader reconstituinte, Sr. Álvaro de Castro, que desde o momento que uma moção estava posta à votação, a todo o Deputado ora lícito votar como entendesse.
Foi o que fizemos, sem que o Sr. Alberto Xavier se possa julgar pessoalmente ofendido.
Eu não tenho dúvida em prestar a homenagem da minha consideração pessoal a S. Ex.ª, porque o reconheço como trabalhador, homem inteligente e velho republicano; e se não tivemos intuito em ofender o Sr. Alberto Xavier, muito menos podíamos ter o propósito de ofender ou agravar o Partido Nacionalista.
Nunca aqui levantei uma questão irritante contra os partidos republicanos.
Nunca da minha bôca saíram quaisquer palavras irritantes contra algum republicano.
Estou, portanto, inteiramente à vontade para poder testemunhar que a êste lado da Câmara merece o Partido Nacionalista a maior consideração.
Sr. Presidente: quero afirmar que o Partido Republicano Português não é de forma alguma inimigo do Partido Nacionalista. É êste partido constituído por velhos republicanos e dele muito tem a esperar a República.
Já quando se constituiu o Partido Nacionalista, alguém em nome dêste lado da Câmara afirmou claramente o que a êsse respeito se pensava, e de então para cá a nossa atitude tem sido sempre de absoluta correcção; o tanto ela tem sido, que ainda há dias, quando êsse partido realizou o seu congresso, nós não tivemos dúvida em concordar que não houvesse sessão na segunda-feira.
Por todos êstes motivos, não há o direito de supor que dêste lado da Câmara houve o propósito de agravar qualquer dos seus membros, e muito menos o Partido Nacionalista, a quem folgo de apresentar as minhas homenagens.
Sr. Presidente: todavia vai a minha maior repulsa contra o procedimento adoptado pelos representantes da monarquia, que já se não recordam da. falta do pejo, que tiveram em expulsar desta sala Deputados republicanos.
Vai, pois, contra a atitude dêles a nossa maior repulsa, e a V. Ex.ª devemos dizer que, seja qual fôr a atitude dêsse lado da Câmara, continuaremos a trabalhar cora serenidade, do que aliás já há pouco demos provas.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestas termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Alberto Xavier: — Sr. Presidente: ao pedir a palavra tenho apenas dois intuitos, e vou ser muito breve.