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Diário da Câmara dos Deputados
O primeiro é referir-me ao meu discurso no Congresso Nacionalista, a respeito do qual, pela segunda vez, se fez referência nesta casa do Parlamento, e quê tenho evitado esclarecer porque não precisa ser esclarecido.
Mas já que pela segunda vez a ela se referiram, direi que o fiz num legítimo direito de cidadão e político partidário.
Eu entendi que um assunto desta natureza não pode ser objecto de censura...
Uma voz: — Nem é.
O Orador: —...que qualquer Deputado fale nesta casa do Parlamento o tempo que entender.
Até se tem discutido com muita acrimonia os meus artigos no Diário de Notícias, — eu que tenho feito a crítica que entendo — como se um artigo do Diário de Notícias pudesse ser objecto de discussão.
Exprimo como cidadão o que entendo com inteira liberdade.
Vou esclarecer, porém, as palavras no Congresso.
Aí fiz legitimamente uso da palavra e apreciei á proposta como entendi dever fazê-lo.
Disse o que penso do empréstimo; na comissão, o propósito do empréstimo, não disse que não deixaria passar o empréstimo, o que não dependia de mim; mas disso, e nisso fui secundado pela assembléa, que me escutou com muita atenção, que influiria usando dos meios parlamentares, excluindo, note-se os meios de obstrucionismo (Apoiados) para que êle não vingasse.
As minhas tradições nunca foram de obstrucionista para impedir a votação de qualquer proposta de lei.
Digo o que penso, mas nunca fiz obstrucionismo parlamentar;
Ninguém pode pelo relato dos jornais fazer exacto. juízo das palavras proferidas aqui, e, quando o Sr. Presidente do Ministério se referiu às minhas palavras, eu poderia ter pedido a palavra para explicações e esclarecer o caso.
Infelizmente o Sr. Presidente do Ministério estava muito exaltado, e não desejava perturbar os trabalhos parlamentares, provocando maior discussão.
O caso foi novamente tratado pelo Sr. José Domingues dos Santos, cujas relações comigo são estreitas e, então, eu não podia deixar de falar nele.
Não tenho agora senão que agradecer as suas palavras, porque sinto me ligou mais ainda em solidariedade republicana para a luta comum de prosperidades do País.
Vozes: — Muito bem.
O Orador: — O Sr. José Domingues dos Santos, aludindo à forma como interpretou o incidente suscitado, pôs a questão em termos tais que eu. esquecendo tudo o que se passou, não tenho senão a agradecer-lhe e manifestar-lhe toda a minha satisfação pela consideração pessoal que S. Ex.ª afirmou ter por mim;
Devo ainda esclarecer que eu estava inscrito havia muitos dias;
O Partido Nacionalista resolveu não embaraçar- na comissão de finanças á discussão desta proposta.
Houve até um momento em que uma votação pôs em risco a vida do Govêrno, e nós os homens da oposição, não quisemos contribuir para a queda do gabinete do Sr. António Maria da Silva.
O Sr. Velhinho Correia falou duas vezes sôbre o assunto, assim como quási todos os outros Srs. Deputados, e quando chegou a minha vez, nada mais natural de que eu ter necessidade de fazer largas considerações, visto que tinha acompanhado de perto a proposta do empréstimo, trabalhando bastante nela;
Estranhei por isso é claro, que justamente nessa ocasião viesse um abafarete às considerações que eu tinha que produzir e lamentei que não me fôsse possível descansar cinco minutos, compreendendo, é claro os escrúpulos do Sr. Sá Cardoso, visto que além de meu amigo pessoal é meu correligionário político.
Foram estas as razões que me induziram a falar depois propositadamente por largo tempo.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra revisto pelo orador, quando, nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Ferreira de Mira: — Sr. Presidente: ouviu a Câmara as francas e leais