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Diário da Câmara dos Deputados
êsse assunto, para tomar sôbre êle as providências necessárias.
Vejamos, agora, em que consiste, afinal, a grande oposição à proposta por parte do Sr. Barros Queiroz. Essa oposição está apenas em que S. Ex.ª preconiza a existência dum só écart, emquanto que o Sr. Ministro das Finanças, segundo S. Ex.ª, pretende estabelecer dois écarts. Eu creio, porém, que não é bem assim. O Sr. Ministro das Finanças estabelece um écart único com uma parte fixa e outra variável; esta parte variável para nós iria deminuindo e assim o encargo para o Estado seria muito menor.
O Sr. Barros Queiroz não concorda, apesar disso, com o princípio da divisão do écart em duas partes, e daí a sua violenta oposição.
Eu não acusei S. Ex.ª de fazer um obstrucionismo idêntico ao que têm feito os inimigos do regime. Todos aqueles que me conhecem e sabem que eu só falo determinado pelo empenho de bem servir a República de que fui um dos fundadores — sem remoque à memória de Machado Santos — certamente que não me julgam capaz de fazer semelhante confronto. O que eu disse foi que não acreditava que os homens públicos da República fossem capazes de fazer uma campanha semelhante à que é feita pelos monárquicos.
O mesmo sucedeu, é claro, em relação às palavras que pronunciei acêrca da atitude assumida pelo Sr. Alberto Xavier.
Mas há males que vêm por bem, e o incidente de hoje, apesar de desagradável, teve o grande condão de mostrar mais uma vez que os republicanos nas horas de perigo se encontram todos unidos.
Muitos apoiados.
O orador não reviu.
O Sr. Velhinho Correia: — Sr. Presidente: a proposta de empréstimo está em discussão na especialidade, e a discussão na especialidade, segundo o meu modo de ver, deve ser pouco demorada, devendo-se apenas contestar os argumentos que se apresentam, votando em seguida cada um segundo a sua consciência e segundo o seu modo de pensar.
Se pedi a palavra foi só para responder às considerações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Barros Queiroz.
Sr. Presidente: pondo também sôbre o assunto a questão pessoal, como S. Ex.ª o fez, eu devo dizer que nesta questão estou perfeitamente à vontade, pois a verdade é que nunca pretendi, nem nunca fui intruso, em questões para que me não julgo com competência.
Estudo os assuntos para que sou chamado a colaborar, empregando neles todo o meu esfôrço e trabalho.
Tenho, Sr. Presidente, uma preparação, como a de todos os indivíduos que se encontram nas minhas condições, professor de uma escola superior, e como tal com um curso superior, podendo assim estudar convenientemente todos os assuntos', dedicando a êles todo o meu maior esfôrço e o propósito honesto e digno de bem servir o meu País.
O Sr. Barros Queiroz: — Nunca lhe neguei nenhuma dessas qualidades, antes pelo contrário.
G Orador: — Nunca, Sr. Presidente, me recusei a receber uma lição de quem sabe mais do que eu, antes pelo contrário, sempre a receberei com muito gosto; porém, o meu único desejo é que se faça justiça às minhas intenções, ao meu esfôrço e à vontade que tenho de acertar.
Assim, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que não estou de acôrdo com as considerações feitas pelo Sr. Barros Queiroz, principalmente na parte em que S. Ex.ª diz que estamos em presença de uma dívida amortizável.
O Sr. Barros Queiroz (interrompendo): — O que eu disse é que estamos em presença de um empréstimo consolidado que pode ser perpétuo, ou amortizável, sendo o meu receio que no fim de dez anos, isto é, em 1933, êle seja convertido em empréstimo amortizável, pelo que nos vejamos então obrigados a pagar em vez de 1 milhão e tanto de libras, quatro milhões de libras.
O Orador: — Eu não posso deixar de contestar a opinião de S. Ex.ª a tal respeito.
O Sr. Barros Queiroz: — O que eu afirmo, baseado na opinião dum mestre, é que consolidado quere dizer amortizável ou perpétuo, porque é contrário à idea flutuante.