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Diário da Câmara dos Deputados
a sessão, mostramos bem que o que queremos é que o assunto seja discutido com amplitude.
O orador não reviu.
Protestos e àpartes vibrantes.
O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.
Tem a palavra o Sr. Ferreira de Mira.
Faz-se silêncio.
O Sr. Ferreira de Mira (para explicações): — Sr. Presidente: quando se tratou da última votação feita, tomaram-se por parte das minorias duas atitudes: a minoria nacionalista saiu da sala para não assistir à votação; a minoria monárquica entendeu manifestar-se pelo modo como a Câmara acaba de ver.
Disse-se das bancadas da minoria monárquica que nós, os nacionalistas, havíamos saído para não votar o empréstimo.
Ora não é êste o caso!
Apoiados.
Todos sabem peias minhas declarações de ontem feitas aqui na Câmara que a minoria nacionalista, em nome da qual eu falei então e falo agora, se achava agravada pelo facto da maioria ter recusado a admissão da moção apresentada pelo nosso, correligionário Alberto Xavier, e que por isso interrompidas ficavam as relações amistosas que existiam entre a minoria nacionalista e a maioria até que satisfação devida fôsse dada àquele nosso ilustre colega.
Interrompemo-las pois dêste modo: não fazendo número para votações.
Era a questão do empréstimo?
Está bem, podia ser outra.
Nós só queríamos «manifestar que a maioria teria de contar com os seus votos, visto que não quisera ter para com um membro do Partido Nacionalista aquela atenção que lhe era devida.
Não houve nenhum propósito de impedir que a Câmara vote o empréstimo pela forma que entenda conveniente e que, eu creio, será sempre tendo em. vista os superiores interêsses da República e do País.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhes foram enviadas.
O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): — Sr. Presidente: sabe V. Ex.ª e sabe a Câmara quanto nós, dêste lado da Câmara, primamos sempre por manifestar a V. Ex.ª, ou a qualquer outro Sr. Presidente que se., sente nesse lugar, o respeito e a consideração que devemos a quem dirige os trabalhos parlamentares, e que sempre somos correctos na linguagem que usamos nos nossos discursos, ninguém nos podendo acusar de dizer, por exemplo, nesta sala:
— «Que raio de mania que o senhor tem!».
Mas, Sr. Presidente, as minorias parlamentares têm um papel a desempenhar.
Os parlamentares não se impõem só pelo que fazem, mas também pelo que impedem que seja feito.
Se o regime parlamentar tem defeitos, vantagens êle tem também, e uma das razões da sua mecânica, sem a qual não pode funcionar por forma que o País a tome a sério, é haver uma fiscalização rigorosa por parte das oposições.
Tem as minorias a fôrça do número, mas se só a fôrça do número é que há-de imperar, nós, sendo homens de ordem, não podemos, com a consciência das nossas responsabilidades, pactuar de maneira alguma com as violências que a maioria vem exercendo.
Temos estado sempre ao lado da minoria nacionalista em tudo quanto visa a combater aquilo que reputamos pernicioso para a- vida do País e, francamente, não esperávamos — confesso-o — que a minoria nacionalista, pela voz de dois dos seus autorizados membros, os Srs. Barros Queiroz e Ferreira dó Mira, depois de terem declarado que é ruinosa esta proposta e que não deve de forma alguma ser votada, viesse revoltar-se, não contra os que de afogadilho querem estabelecer a ruína do País, mas contra aqueles que, com sacrifício e até com sacrifício de se afastarem um pouco das normas da serenidade de que costumam usar, se opuseram a tal proposta!
Está lançado o nosso protesto. Está definida a nossa atitude, como o está a da maioria o a da minoria nacionalista.
Há, porém, uma entidade que, acima de todos, nos tem de julgar. Essa enti-