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Sessão de 27 de Abril de 1923
Porque é que V. Ex.ª não se põe ao meu lado e procura não defender uma burla, que outra cousa não é, e a satisfação e um prémio à cábula, mas aquilo que se pretende?!
E por estas cousas que eu me tenho afastado por vezes da política, e ainda há pouco tempo o fiz, emquanto S. Ex.ª andava a passear por Paris e Londres, não à custa de S. Ex.ª, mas à custa do Estado!
Sr. Presidente: vou terminar as minhas considerações, mas antes de o fazer desejo mais uma vez ponderar ao ilustre Deputado proponente a conveniência de reconsiderar sôbre os inconvenientes da sua proposta, desistindo de teimar na sua idea.
Não há forma de pôr em prática o critério de V. Ex.ª, porque é inaceitável.
Mas, por Deus, com o mal ninguém deve argumentar, nem nunca o mal pode servir do base para uma argumentação séria.
Só a verdade, a justiça e a lei são argumentos com base sólida.
V. Ex.ª baseia a sua argumentação no mal, e eu só posso atribuir êsse facto a uma cegueira inexplicável.
Eu não acredito que o Sr. António Fonseca esteja desempenhando êsse papel com algum interêsse próximo ou remoto.
Não. S. Ex.ª é um espírito superior, e de forma alguma eu posso aceitar como boa esta doutrina.
Interrupção do Sr. António Fonseca que não se ouviu.
Sn Presidente: como há pouco disse, a proposta da autoria do Sr. António Fonseca em nada prestigia o Parlamento, antes, pelo contrário, vem contribuir para aumentar o descrédito das instituições parlamentares.
Apoiados.
Eu devo recordar ao Sr. António Fonseca e à Câmara que já, nesta casa, durante a madrugada, foram votadas leis sôbre questões importantes para o País, apenas com 22 ou 23 Deputados.
Como republicano quero protestar mais uma vez contra essa obra negativa que a República vem fazendo por culpa da maioria do Parlamento.
Eu sinto-me satisfeito com a minha consciência encontrando-me no plano oposto.
O Sr. Presidente do Ministério continua a rir-se; está satisfeitíssimo?
Faço votos para que S. Ex.ª continue com a sua eterna mocidade e não se transforme em choro a sua juvenil alegria...
Risos.
S. Ex.ª É enérgico e moço, por isso tem estado muito tempo rio Poder.
Risos.
Eu quero fazer um apelo à Câmara: é que os Srs. Parlamentares venham cedo às sessões, para evitar o espectáculo deprimente da falta do número e da apresentação de propostas, que, como esta, não dignificam o Parlamento.
Termino, enviando para a Mesa a seguinte moção:
Tenho dito.
O orador não reviu, nem o Sr. António Fonseca fez a revisão dos seus «àpartes».
É admitida a moção.
O Sr. Morais Carvalho: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.º do artigo 146.º
Feita a contraprova verificou-se estarem de pé 3 Srs. Deputados e sentados 32.
O Sr. Presidente: — Não há número. Vai proceder-se à chamada.
Responderam os Srs.:
Abílio Correia da Silva Marçal.
Adriano António Crispiniano da Fonseca.
Alberto Ferreira Vidal.
Angelo de Sá Couto da Cunha Sampaio Maia.
Aníbal Lúcio de Azevedo.
António de Abranches Ferrão.
António Augusto Tavares Ferreira.
António Joaquim Ferreira da Fonseca.
António Lino Neto.
António Maria da Silva.
António Mendonça.
António Pais da Silva Marques.
António de Paiva Gomes.
António de Sousa Maia.
Artur de Morais Carvalho.
Artur Rodrigues de Almeida Ribeiro.
Baltasar de Almeida Teixeira.
Bartolomeu dos Mártires de Sousa Severino.
Carlos Cândido Pereira.
Custódio Martins de Paiva.