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Diário da Câmara dos Deputados
Se V. Ex.ª está obcecado e continua convencido dos efeitos maravilhosos da sua proposta» então simplesmente o lastimo porque não há maior cego do que aquele que não quero ver. Todavia, eu creio que V. Ex.ªs apesar de ser míope, e por isso Usa até lunetas, não é tam falto de vista que não veja a razão que assisto aos Deputados dêste lado da Câmara quando afirmam que a proposta de V. Ex.ª não dignifica o Parlamento.
Pois há alguém que não veja que é indecoroso para o Parlamento estarmos aqui a discutir em sessões consecutivas, capítulos e Capítulos do Orçamento sem o número suficiente de Deputados e depois vir aqui a maioria dos parlamentares, sem ter um conhecimento preciso da questão, Votar som saber o que vota?
O Sr. António Fonseca colocava-se em muito melhor campo se viesse aqui defender B. obrigatoriedade, pelos meios ao nosso alcance, da comparência dos membros do Parlamento.
Eu mandei para a Mesa um projecto de lei que mo parece muito moralizador, e estou certo do que o Sr. António Fonseca será um grande paladino na defesa dêle.
Por êsse meu projecto a cábula vai desaparecem só no fim de um mês não dor resultado, então talvez S. Ex.ª me levo a votar o seu projecto de lei, mas tam triste e tam aborrecido por tudo quanto se chama parlamentarismo, que é possível que após a sua votação me retire para casa, levando contudo, a minha consciência tranquila por ter cumprido o meu dever; antes disso não mo retirarei, porque tenho a convicção do que estou dentro da boa lógica.
Quando uma instituição a si própria se desacredita, é pela forma por que o Sr. António Fonseca pretende julgar-me-ia menos digno, menos honesto se continuasse a pertencer a essa instituição.
Disse, e repito, a grande enfermidade está onde eu apontei. Muitos Srs. Deputados, de ânimo leve, sem medirem bem a responsabilidade que sôbre êles impende, não cumprem o seu dever, faltando às sessões dias e dias seguidos. Ora todos os Srs. Deputados são obrigados a vir aqui, porque foi para isso que os eleitores os trouxeram a esta casa. As faltas de número que se dão continuamente não fazem senão desprestigiar a instituição parlamentar.
Mais uma vez peço ao Sr. António Fonseca que retire a sua proposta; não lhe fica mal; pelo contrário, só o honra e dignifica.
Àparte do Sr. António Maia que não se ouviu.
O Orador: — Não me sinto deminuído, orgia o Sr. António Fonseca, com que o tão o projecto seja melhorado seja alterado, contanto que o pensamento honesto, moralizador que me levou a apresentado fique.
Jamais tive outro pensamento, outra inspiração senão ser útil à Pátria e à República, digo o sinceramente do fundo da minha alma, embora muita gente já hoje mo chame talassa, com o que não me importa» Essa designação é-me indiferente, porque a minha consciência está perfeitamente tranquilas.
Disse o Sr. Presidente de Ministério que ou estou no bom caminho; ainda bem que o Sr. Presidente do Ministério é o primeiro a reconhecer a verdade, e só lamento que S. Ex.ª nem sempre esteja de acôrdo comigo, principalmente quando se trata do bem do País, para que todos devemos contribuir a todos, tanto velhos com o novos, combatentes da santa causa que a República.
Sr. Presidente: jamais arremessei às faces de quem quer que fôsse a qualidade de velho ou novo republicano. A única cousa a que um velho ou novo republicano deve aspirar é a que todos que venham, para a República a sirvam com amor, carinho e desinteresse, embora eu seja obrigado a reconhecer que através dos doze anos de República alguns dos velhos republicados têm sido Os primeiros a não dar o nobre exemplo da sua isenção, do seu desinterêsse.
Folgo, repito, que seja o Sr. Presidente do Ministério que me dê razão.
Sr. Presidente: eu vejo os sorrisos interessantes dalguns Srs. Deputados e do Sr. Presidente do Ministério; oxalá que êsses sorrisos não se transformem em dor, em chôro.
Continue S. Ex.ª a rir-se; êstes são os meus votos.
Não quero censurar ninguém, mas melhor seria que os Srs. Deputados reconsi-