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Diário da Câmara dos Deputados
que, quando nosso delegado na última Conferência de Trabalho, levantou a sua voz para protestar, com toda a energia, contra o facto de Portugal ser excluído das vinte e três comissões que lá funcionaram.
Mas a política do silêncio é a grande escola da maior parte dos nossos diplomatas.
Efectivamente, sabe alguém neste país qual foi o papel de Portugal nas Conferências da Paz?
Sabe-se o que se passou em Génova, porque o Sr. Vitorino Guimarães parece não pertencer a essa política e disso alguma cousa à nossa Imprensa, e o Sr. Almada Negreiros, numa larga reportagem, fez-nos saber o que lá se passou.
é E quem sabia antes do Sr. Augusto de Castro publicar no seu jornal a entrevista com Lord Curzon, as dificuldades que existiam entre Portugal e a Inglaterra?
E se êste distinto jornalista português, que eu tive muita satisfação de \êr saudado pelo Congresso do Partido Democrático, não tem tido a iniciativa de fazer reunir a conferência recente de Lyon, não eram decerto os nossos diplomatas que conseguiriam com o seu sistema de silêncio e de nem sequer lerem os jornais, que a imprensa latina para o futuro se dispensasse de reproduzir as calúnias de marca Vigo e outras procedências, que circulam a nosso respeito.
A política de silêncio acabou em toda a parte, mas parece que encontrou um cantinho onde se refugiou: é a terra portuguesa!
Eu faço votos para que ela desapareça de entre nós.
Infelizmente parece que resiste, e aqueles que como eu contra ela lutam, só têm a esperar ver cair sôbre a sua cabeça um chuveiro de impropérios e de calúnias em que a menor é a de que «são despeitados».
Sr. Presidente: termino mandando para a Mesa a seguinte
Moção
A Câmara faz votos por que o Poder Executivo nunca só dispense de a informar, na devida oportunidade, sôbre todas as ocorrências e combinações de carácter internacional que interessem à nação, sobretudo aqueles que carecerem da sua sanção.
Faz votos também por que os nossos representantes no estrangeiro, em contínua vigilância, saibam restabelecer prontamente a verdade, sempre que se esbocem quaisquer campanhas ou apareçam notícias falsas, atentatórias do brio nacional e dos nossos interesses. — Leote do Rêgo.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: o ilustre Deputado e meu amigo, Sr. Leote do Rêgo, lez várias considerações que dizem respeito a assuntos pendentes das pastas das Colónias e dos Negócios Estrangeiros.
Delas darei conhecimento aos respectivos Ministros.
Mas o que eu não posso é deixar passar uma atoarda a que S. Ex.ª se referiu no seu discurso, e por isso afirmo peremptòriamente que é falso tudo quanto se tem dito acêrca da alienação de Macau ou de qualquer parto do território da República, assim como não se pode admitir que sendo Portugal o primeiro país que acabou com a escravatura, seja alcunhado de esclavista.
Estas duas declarações devo fazê-las desde já, independentemente da presença dos meus colegas a que S. Ex.ª se referiu.
Outras considerações de ordem política S. Ex.ª fez, e se eu tivesse de lhe responder em nome do Govêrno, diria que, fôsse qual fôsse o partido a que S. Ex.ª pertencesse, ninguém esquece os relevantes serviços prestados por S. Ex.ª, expondo a sua vida para defender o regime e as instituições.
Eram estas as declarações que tinha a fazer.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Leote do Rêgo: — Requeiro urgência e dispensa do Regimento, para a minha moção.
O Sr. Presidente: — Vai ser votada a moção do Sr. Leote do Rêgo.
O Sr. Almeida Ribeiro (sôbre o modo de votar): — Se não estou em êrro, não é de