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Sessão de 8 de Maio de 1923
Mas não as pagavam em ouro, e a desproporção entre a moeda brasileira e a nossa não é tam grande como a existente entre o escudo e a libra.
Do que porém não há dúvida é de que foi enorme o encargo para o Estado.
Se não parecesse mal, chegava a apetecer deixar chegar a frota a uma paralisia geral...
Dizem lá fora as más línguas que o Vasco da Gama,. quando estava na Madeira, partiu no fim de certo mês em demanda das Canárias, para que os pagamentos à tripulação pudessem ser feitos em ouro!
Não deve ser verdade...
Mas o que é verdade é que chegou lá, adoeceu, e passeio e conserto ficaram-nos na bonita soma de 36:596 libras, 3 xelins e 9 pence!
Chamo a atenção da Câmara para as injustiças e disparidades que se dão, por exemplo, nos vencimentos dos grumetes em relação aos cabos, que recebem apenas mais 10$ do que aqueles, apesar de existirem ainda entre êles os primeiros e segundos marinheiros; tanto mais acrescendo a circunstância também inexplicável de um cabo receber por mês menos 190$ do que um segundo sargento, cujo pôsto é o imediato àquele.
Por outro lado não se justifica que os sargentos, que costumam ser classificados como oficiais inferiores, estejam equiparados aos despenseiros, quanto aos vencimentos.
Estas e outras injustificadas desproporções são prejudiciais aos bons princípios de hierarquia e de disciplina militares.
Chamo também a atenção do Govêrno e da Câmara para a situação dos reformados da armada.
É preciso não esquecer que êles se encontram em situação muito precária.
Devem ser abrangidos no aumento que se vai votar.
Apoiados.
Um senhor Deputado da maioria disse há dias que a proposta de aumento do pré às praças da guarda republicana vinha produzir em certo lado da Câmara o efeito de um bloco de gelo.
Parece que se quis referir a nós, Deputados monárquicos.
Mas foi infeliz o senhor Deputado!
Foi êste lado da Câmara o primeiro a reclamar que fossem atendidas as reclamações da guarda fiscal e da guarda republicana naquilo que tivessem, de justo.
O mesmo fazemos agora quanto à marinha.
Tem razão.
Atenda-a a Câmara.
Neste lugar preocupa-nos apenas o aspecto legal e moral das questões e a justiça ou injustiça das causas que se oferecem a nossa apreciação.
Não nos importamos, pois, aqui, com as ideas e actos políticos dos oficiais e praças da armada portuguesa, ao avaliarmos do mérito das suas reclamações.
Tanto mais que para nós, Sr. Presidente, a consciência das suas virtudes ou dos seus vícios não deriva dos triunfos ou reveses a que os levaram os desvarios políticos do regime, e que aliás não impediram que êles dessem provas de nobreza em certas horas graves, como sucedeu em Monsanto, para com os vencidos.
Apoiados.
Espraiamos o nosso sentimento muito além do acanhado limite das paixões, para só visionarmos essa valente marinhagem, servindo apenas a Pátria, desdenhando da morte sob o abrigo seguro da espada refulgente de João de Azevedo Coutinho ou domando infernais maquinações de guerra inspirada na abnegação heróica de Carvalho Araújo.
Apoiados.
Tenho dito.
O Sr. Ministro da Marinha (Azevedo Coutinho): — Sr. Presidente: o parecer em discussão é relativo a uma proposta ministerial que foi apresentada a esta Câmara haja algumas semanas, e que, apreciada convenientemente pela comissão de marinha desta casa do Parlamento, nós temos hoje de votar, porquanto, se uma semelhante proposta era necessária no momento em que foi apresentada, actualmente, devido às dificuldades da vida, ela tornou-se absolutamente urgente.
Eu não quero alongar as minhas considerações. O campo seria vasto, e qualquer dos ilustres Deputados que falaram deu ensejo para eu expender à Câmara a minha maneira de ver sôbre todos os assuntos referidos.
Limitar-me hei, pois, a dar uma explicação da proposta e a responder a algu-