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Diário da Câmara dos Deputados
acaba de pronunciar o Sr. Leote do Rêgo.
Começou S. Ex.ª por se referir ao convite que os jornais noticiaram ter sido dirigido ao Sr. Presidente da República pelo Govêrno da União Sul Africana.
O Sr. Leote do Rêgo estranhou que êste convite tivesse partido do govêrno da União Sul Africana, que não é mais do que um domínio da Inglaterra.
Se fôsse exacto que o Govêrno da União ou o Presidente dêsse Govêrno tivessem dirigido convite ao Chefe do Estado da Nação Portuguesa para visitar a União Sul-Africana, eu estava do acôrdo com,as considerações feitas pelo Sr. Leote do Rêgo (Apoiados); mas o Govêrno Português não tem culpa das afirmações que possam fazer os jornais. (Apoiados).
Emboram nos mereçam a mais alta consideração, o que é certo é que o Govêrno não recebeu convite algum; não digo bem: ao Govêrno Português foi expresso o desejo que o Govêrno da União Sul-Africana tinha de que, na hipótese de o Sr. Presidente da República visitar as colónias de Moçambique, visitasse também a União Sul Africana;
O Govêrno Inglês estranhou êsse desejo e procurou saber do Govêrno Português se o Presidente da República, visitando as colónias portuguesas, visitaria os domínios da Inglaterra, na África do Sul, porque se assim fôsse o Govêrno Inglês faria o convite nos termos devidos.
Isto não pode ser desmentido por ninguém.
Sr. Presidente: eu podia ficar por aqui, e assim já tinha tranquilizado as susceptibilidades patrióticas do Sr. Leote do Rêgo, as minhas as de toda a Câmara e os brios de todos os portugueses.
Podia ficar por aqui, repito, mas como S. Ex.ª aludiu à visita que o Sr. Dr. Bernardino Machado fez à. Bélgica, França e Inglaterra, eu sou obrigado a dizer que em meu entender essa visita não obriga a retribuição.
Por muito espantoso que isto pareça, é assim, porque o Sr. Bernardino Machado foi a França visitar o Corpo Expedicionário Português, foi levar aos nossos soldados a certeza de que o nosso povo lhe admirava a valentia.
Outro tanto sucedeu com a visita à Inglaterra e à Bélgica.
Repito, a visita não foi oficial, e portanto não podia haver retribuição.
Apoiados.
E esta a única explicação que o caso pode ter, e não creia S. Ex.ª que não é de um gr aã de patriota fazer ver que a nossa situação internacional não é boa.
V. Ex.ª sabe que eu há pouco tempo sou Ministro dos Negócios Estrangeiros, e que portanto não digo isto para minha defesa riem para defesa dos meus antecessores.
Parece-me que com isto o ilustre Deputado se dará pôr satisfeito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Américo Olavo: — Sr. Presidente: há poucos dias tive ocasião de procurar. o Sr. Presidente do Ministério para protestar contra as violências praticadas na
Alguns indivíduos que se diziam da Junta Geral forçaram uma janela e disseram que ficavam fazendo parte dos corpos administrativos.
No dia imediato, 2 de Maio, quando os procuradores eleitos, em número de 2.0 se dirigiam para a sede da Junta Geral, encontraram o edifício cercado de polícia, que para ali tinha- sido mandada por ordem do governador civil substituto em exercício, e que se opôs à sua entrada. Levantaram-se, naturalmente, os protestos que era de esperar.
A policia ao fim dalgum tempo acabou por transigir, e os procuradores entraram no edifício da Junta.
Êstes factos desenrolados agora no Funchal não. são mais do que a consequência fatal dos acontecimentos produzidos nas últimas eleições na assemblea eleitoral de Câmara de Lobos, acontecimentos que ficam na memória de toda a gente para vergonha das instituições republicanas.
No momento determinado convergiram para a sede da assemblea eleitoral indivíduos às ordens do governador civil de então, quando era Presidente do Ministério o Sr. Tomé de Barros Queiroz. Assaltaram as urnas, violentaram os candidatos que lá se encontravam, agredindo-o s a tiro e à pedrada, e, emfim, tendo rou-