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Sessão de 13 de Junho de 1923
O Sr. Carvalho da Silva: — O parecer n.º 530 vem demonstrar mais uma vez os inconvenientes duma discussão como a de ontem.
Em oito ou dez minutos, não mais, foram discutidos, sem número, até mesmo sem o número marcado na proposta do Sr. António Fonseca, onze capítulos do orçamento do Ministério das Finanças.
O Sr. Presidente: — Isso não é assim. Logo que V. Ex.ª me informou de que tinham saído oito Srs. Deputados, a Mesa procedeu á contagem e, tendo verificado não haver número, encerrei a sessão.
Não se fizeram, pois, discussões sem número.
O Orador: — Em todo o caso não houve um único, Deputado, um único, que se interessasse na discussão de onze capítulos do orçamento do Ministério das Finanças...
Uma voz: — Porque o não fez V. Ex.ª?
O Orador: — Porque não quero colaborar numa farça.
Factos desta ordem estamos nós vendo todos os dias, pois a verdade é que por mais de uma vez temos aqui votado créditos extraordinários, por isso que os orçamentos não representam a verdade dos factos.
Já por mais de uma vez, repito, nos temos aqui visto na necessidade de votar créditos extraordinários por isso que os orçamentos estão feitos de forma a iludir o País, isto é, de forma a que se não saiba a situação financeira em que êle se encontra.
Interrupção do Sr. Almeida Ribeiro que se não ouviu.
O Orador: — Eu, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que estou sempre pronto a ouvir o ilustre Deputado o Sr. Almeida Ribeiro, prestando sempre a maior atenção ao que S. Ex.ª diz, no intuito de aprender, visto o seu saber.
Porém, devo dizer que S. Ex.ª num dêstes dias, isto é, ao discutir-se nesta casa do Parlamento o parecer sôbre os tabacos, S. Ex.ª foi o primeiro, como leader da maioria, a confirmar que os orçamentos não representavam a verdade, que êles estavam muito longe da verdade.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Representam até o contrário da verdade.
O Orador: — Esta é que é uma verdade, pois S. Ex.ª foi o primeiro a reconhecer que os orçamentos estão muito longe de representar essa verdade.
Nesta altura estabeleceu-se um diálogo entre o orador e o Sr. António Fonseca, que não foi possível reproduzir.
O Orador: — O que eu digo é que se o Sr. António Fonseca quiser trazer à Câmara um projecto, responsabilizando-se a fazer as despesas, ouro, do Estado, ao câmbio de 1:500 por cento, eu estou pronto a colocar-me ao seu lado e defendê-lo.
Interrupção do Sr. António Fonseca que se não ouviu.
O Orador: — Pena é que V. Ex.ª não esteja de acôrdo, pois pode acreditar que seria um bom negócio para o Estado.
Sr. Presidente: feitas estas considerações, e não desejando eu demorar a discussão da proposta, termino limitando-me a chamar a atenção do Sr. Ministro da Instrução para uma das verbas que aqui se encontram, qual é a que diz respeito a telefones.
O Sr. Presidente: — Devo prevenir V. Ex.ª de que são horas de se passar à ordem do dia.
O orador não reviu.
O Sr. Alberto Cruz: — Peço a V. Ex.ª o obséquio de consultar a Câmara sôbre se permite que seja marcada para antes da ordem do dia da sessão de amanhã o parecer n.º 515.
O Sr. Presidente: — Devo dizer a V. Ex.ª que já estão dados para antes da ordem do dia da sessão de amanhã quatro projectos, parecendo, pois, completamente impossível incluir mais aquele a que V. Ex.ª se refere; no emtanto vou submeter à apreciação da Câmara o seu requerimento.