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Diário da Câmara dos Deputados
nome do Govêrno, aos termos da moção enviada para a Mesa pelo ilustre Deputado Sr. Jaime de Sousa.
Em segundo lugar, aproveito o ensejo para responder a algumas considerações produzidas pelo ilustre Deputado Sr. Agatão Lança, acêrca de despesas da Marinha.
Se bem que o assunto não seja pròpriamente da ordem, em todo o caso não quero deixar as palavras de S. Ex.ª sem a devida resposta.
Sr. Presidente: é costume dizer-se que o «óptimo é inimigo do bom».
Diz-se que não há programa naval, diz-se que não há navios, mas o apoio dado por um navio tripulado por marinheiros da armada, custa segundo os cálculos do comandante Sacadura Cabral, 16:500 libras, ao passo que a construção ou compra de um simples destroyer de 1:000 toneladas, custa 20:000 libras.
Basta isto para S. Ex.ªs apreciarem o que representa um programa naval, por menor que seja.
A não ser que S. Ex.ªs o queiram apenas no papel.
Os programas navais, fazem-se quando há dinheiro e não na situação crítica que. o país atravessa.
Mas referiu-se o Sr. Agatão Lança às faltas que se têm notado nos serviços de marinha e atribuiu essas deficiências à despesa feita com o raid de aviação ultimamente feito...
O Sr. Agatão Lança: — Perdão! Eu não atribuí ao raid, mas às diferenças do Orçamento.
O Orador: — Mas V. Ex.ª entrou na discussão do orçamento e deu-lhe o seu apoio!?
O Sr. Agatão Lança: — Mas eu dei o meu apoio às verbas orçamentais na impossibilidade de propor mais, o que me não era consentido pela lei travão.
O Orador: — Se V. Ex.ª se quoixa do Parlamento e não do Ministro, então nada tenho com isso!
Falou ainda V. Ex.ª em subvencionar.
Devo dizer que tive todo o cuidado em mostrar à Câmara que havia uma grande
diferença entre o raid Rio de Janeiro e a viagem de circunnavegação.
O Sr. Agatão Lança (interrompendo): — V. Ex.ª pode dizer-me se o relatório está assinado pelo. Sr. Gago Coutinho?
O Orador: — Não tenho aqui o relatório, mas o Sr. Gago Coutinho ofereceu-se para fazer no Brasil, a propaganda da viagem.
Espero que a nação pelos meios directos possa suprir as deficiências do Tesouro.
Eu disse que se não se fizer a cooperação com o Brasil, ter-se há de dar um navio de apoio, que pode ser um dos que estão fazendo o cruzeiro dos Açores.
Não é S. Ex.ª justo quando diz que os navios não navegam, porque S. Ex.ª sabe que a minha política tem sido exactamente o contrário.
A questão está posta; o Parlamento a resolverá.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva:. — Sr. Presidente: já em nome dêste lado da Câmara o meu prezado amigo Sr. Cancela de Abreu, com o cuidado que sempre põe nas suas palavras, depois de ter conversado com todos nós, declarou o que a Câmara ouviu.
Num momento como aquele que o país atravessa, nunca é de mais, trate-se do que se tratar, para que as responsabilidades fiquem bem definidas, fixar bem os pontos da colaboração exigidos.
Já o Sr. Cancela de Abreu, frisou bem quanto de lacónicas tinham as palavras do Sr. Ministro da Marinha.
O Sr. Leote do Rêgo: — Frisou que se tratava de um empreendimento patriótico e frisou ainda que o Estado não despenderia mais do que estava estipulado.
O Sr. Ministro da Marinha (Vítor Hugo de Azevedo Coutinho) (interrompendo): — Eu já disse à Câmara quais as condições em que o Estado colabora nessa viagem.
O Orador: — O que é necessário é que as responsabilidades fiquem bem definidas.
Desejava também saber se se trata de uma viagem empreendida pelos dois avia-