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Sessão de 20 de Junho de 1923
esfôrços para a realização dêsse empreendimento.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Leote do Rêgo: — Associo-me com todo o entusiasmo às manifestações que do todos os lados da Câmara tem partido glorificando os nossos aviadores.
Ninguém meais do que eu se desvaneceu com a primeira viagem que êles empreenderam e em que se manifestaram verdadeiros diplomatas quando afirmaram, ao voltar, que era necessário que todos os portugueses se unissem.
Compreendo também que há vantagem para o nosso País em apresentarmo-nos os primeiros entro aqueles que se estão preparando para fazer a viagem.
Elevar-nos hemos ainda mais.
Mas, Sr. Presidente, estou certo que os próprios aviadores estimariam, como eu, e todos os membros da corporação a que tenho a honra do pertencer, que os encargos que daí venham não representem que seja preciso pôr escritos no Ministério da Marinha.
Apoiados.
Quando se discutiu há dias nesta casa o orçamento do Ministério da Marinha todos ficaram certamente com a impressão de que a desgraçada marinha nacional se avizinha a passos agigantados do completo aniquilamento. Não tem navios; não tem transportes de guerra.
Nenhum programa naval. Continuamos a viver ao acaso, à mercê dos acontecimentos.
Neste momento interpretamos o sentir de todos os camaradas da armada: todos admiramos imenso essa viagem e a valentia dos aviadores.
Mas êles próprios estimariam que fôsse o Parlamento que lhes dêsse os meios necessários para a sua execução.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Agatão Lança: — Peço a palavra sôbre o assunto.
O Sr. Presidente: — É a hora de se entrar na ordem do dia.
Vozes: — Fale, fale.
O Sr. Presidente: — Preciso de consultar a Câmara.
O Sr. António Fonseca: — Parece-me que foi aberta uma inscrição especial sôbre êste assunto.
Não precisa V. Ex.ª consultar a Câmara, pois tem de continuar a tratar-se do assunto até se esgotar a inscrição.
Apoiados.
Vozes: — Fale, fale.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Agatão Lança.
O Sr. Agatão Lança: — Sr. Presidente: obedecendo a um dever moral é que uso da palavra sôbre assunto, mas nunca o fiz com maior dificuldade.
Também nunca o meu carácter, o meu amor à corporação a que pertenço e os meus sentimentos patrióticos mais me imposeram êste dever.
Sabe V. Ex.ª e a Câmara que fui daqueles que desde a primeira hora do glorioso raid ao Brasil, combateram francamente por êle, que usaram da palavra várias vezes para o defender, e depois de levado a bom êxito um daqueles que tiveram a honra de, em diversos lugares, e aqui, levantarem a sua voz para glorificar e saudar os nossos gloriosos aviadores, distintíssimos oficiais de marinha: Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Fui também daqueles que, desde a primeira hora, sustentaram contra o que alguns pretendiam que êsse raid obedecia a altos intuitos patrióticos, augurando a sua boa conclusão, desde que o Estado tivesse meios materiais que oferecesse aos aviadores para que levassem a cabo a sua arrojada emprêsa, com a qual tanto e tanto elevaram o bom nome da Pátria e da República.
Mas, Sr. Presidente, trata-se agora de um novo raid, a que, individualmente, dou todo o meu aplauso, o enorme entusiasmo de patriota com que costumo ver tudo que venha dar maior realce e prestígio à Pátria e à República Portuguesa, e torne mais conhecida e respeitada a corporação a que pertenço.
Mas aqui não sou oficial de marinha, sou Deputado, e como Deputado tenho o