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Sessão de 4 de Julho de 1923
Um e outro é que não tem usado para connosco da mesma lealdade.
Apoiados.
Qual foi a evolução dos partidos republicanos da oposição logo que o Sr. António Maria da Silva conseguiu passar da situação de foragido à de Presidente do Ministério?
Pensámos num alto espírito de sacrifício pelo bem da República, que era necessário abdicar das nossas pequeninas divisões, oferecendo ao regime uma fôrça que resultasse da» união de todos os partidos constitucionais da direita.
Pensámos, num alto espírito de sacrifício pela República, que era preciso organizar um partido forte de Govêrno que pudesse alternar no poder com o Partido Democrático, libertando-nos assim do dilema: ou Partido Democrático no Poder ou Partido Democrático nas cadeias.
Qual deveria ser a acção do Partido Democrático em presença da organização dêsse partido?
Parece-nos que a atitude do Partido Democrático deveria ser de ajuda à constituição do Partido Nacionalista, porque o fim dele não é o de assaltar o Poder. O Govêrno do País ir-lhe-ia às mãos quando tivesse de ir.
O fim que visam os homens que se encontram filiados neste partido está acima da ambição do Poder: visam ao bem da Pátria e da República.
Portanto a constituição do Partido Nacionalista tinha de interessar por igual os homens dêste partido e os do Partido Democrático. Mas em lugar de encontrarmos da parte do Partido Democrático o carinho com que esperávamos ser recebidos, vemos que pretendem reduzir-nos.
Se fôsse a desfiar o rosário de queixas que o meu partido tem contra o Govêrno actual, muito teria que dizer, mas não o faço porque não quero cansar a Câmara com uma questão que não é pròpriamente o assunto da minha interpelação.
Não acuso o Sr. António Maria da Silva de, no fundo, gostar dêsses processos do violência, mas acuso-o de se mostrar duma tal flexibilidade doentia que os acontecimentos passam sem que a nenhum dêles deixe presa a sua opinião própria.
Não deseja, evidentemente, S. Ex.ª Que se façam perseguições a republicanos — faço-lhe essa justiça — mas tolera-as.
Apoiados.
Vou referir-me a um incidente que se passou no congresso democrático, e nenhum melindre tenho em fazê-lo, porque o vem relatado nos jornais; quero contar uma pequena questão partidária que se liga ao caso.
Foi êsse caso o de um administrador de concelho, no congresso democrático dizer, dirigindo-se ao Presidente do Ministério, que S. Ex.ª faltava à verdade.
Êsse administrador de concelho era o Sr. Dr. Basílio; pois êste mesmo senhor — e esta é a questão que eu quero contar à Câmara — apareceu em Oliveira de Azeméis para vexar e perseguir republicanos a quando das eleições. O nosso partido só pôde ver entrarem na Câmara Municipal os seus representantes, legitimamente eleitos, no dia em que o Sr. Dr. Basílio saiu da administração do concelho.
Foi o Sr. Presidente do Ministério que incitou o administrador do concelho a fazer perseguições e violências? Não, mas consentiu-as para tornear dificuldades, o em vez de atacar de frente a questão, fez o mesmo que no congresso do partido democrático quando foi atacado por êsse administrador, como a Câmara sabe.
Em vez de o demitir imediatamente, tolerou-o.
O Sr. Presidente do Ministério conservou êsse administrador para tornear dificuldades.
Àpartes.
É o sistema de S. Ex.ª, sistema que já vem de longe, e hoje encontra-se com essas dificuldades multiplicadas por dez, porque nunca teve a coragem de as encarar de frente.
Mas temos ainda as violências, em que entrou a fôrça pública, em Mesão Frio e Vila Real, para impedir os eleitores de votar; temos os roubos de Oeiras, Mafra e Sintra, sem citar Condeixa, onde o ódio vai até ao ponto de eu ter que dizer, em homenagem à verdade, que êle é tanto que leva o Partido Democrático a dar preferência aos monárquicos que não têm. votos.
Àpartes.
Agitação.