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Sessão de 4 de Julho de 1923
Essa massa, que é a grande massa do País, a indiferente, é solicitada pelos monárquicos, mas os democráticos também a querem; no emtanto vexam-na.
Neste ponto, uns e outros estão de acôrdo!
Uns por estreito facciosismo; outros, os monárquicos, para que a consciência católica se não reconcilie com a República.
Não apoiados da minoria monárquica.
O Sr. Carvalho da Silva: — Eu peço a S. Ex.ª o favor de me dizer quando foi que a minoria nacionalista, que tem aqui 50 deputados, levantou o pendão das reivindicações católicas.
O Orador: — Eu vou, sem quebra da muita consideração que tenho pelo Sr. Carvalho da Silva, pela última vez responder-lhe.
V. Ex.ª inscreve-se e depois responde-me.
Os católicos em Portugal têm uma luta dentro do Parlamento com os monárquicos.
Esta luta é a seguinte: Os monárquicos querem ser mais papistas do que o Papa!
Apoiados.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — V. Ex.ª dá-me, por excepção, licença?
O Orador: — Sim, senhor!
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Nós não somos representantes do Centro Católico, é certo, mas somos representantes dos católicos portugueses.
Vozes: — Ora, ora!!
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Não há monopólios. Eu sou Deputado por Lisboa e devo dizer a V. Ex.ª que fui eleito por muitos católicos. Tenho por isso o direito de defender aqui dentro os católicos.
Uma voz da direita: — Também muitos republicanos foram eleitos por católicos!
O Orador: — Como se trata da última interrupção, vá a última resposta.
Os monárquicos são, dentro do Parlamento, representantes de um catolicismo de uma nova espécie; não é o catolicismo que tem o apoio das autoridades da nova igreja, é um catolicismo que bate nos bispos quando êles não querem proclamar a monarquia em Portugal!
Apoiados.
Sr. Presidente: assim o Govêrno que assumiu o Poder em perfeita concórdia com os republicanos, perseguiu republicanos, vexou republicanos, separou republicanos e fez mais: quando a grande massa do País pretendia integrar-se dentro da República, o Govêrno alijou do seu lado o Sr. Leonardo Coimbra, renegou as suas próprias afirmações e chumbou-se às. cadeiras do Poder por virtude da vontade de meia dúzia de pessoas que têm a cabeça apenas para lhe pôr o chapéu em cima.
Apoiados.
Êstes foram, pois, os resultados, sob o ponto de vista da política interna, da acção do Govêrno. Mas qual foi a política externa dêste Govêrno, durante os dezoito longos meses da sua existência?
Se eu fôr a êste respeito dirigir-me ao Govêrno, eu sei que encontro naturalmente aquele velho aforismo como resposta, aquele velho aforismo que data já do tempo da monarquia: nós firmámos o nosso equilíbrio internacional no princípio de continuarmos a manter a nossa aliança com a Inglaterra e a querermos estar em boa paz com as outras nações. Vinha já isto desde o tempo do discurso da coroa! Mas nós neste momento somos mais exigentes e permita-me a Câmara que eu com toda a sinceridade lhe diga que se outras razões não me obrigassem, a mim, a mandar para a Mesa uma nota de interpelação ao Govêrno, a simples exibição dos factos passados nos parlamentos estrangeiros com o problema das reparações, que é tam vital para nós como para outras nações, me obrigaria a isso.
Apoiados.
Eu sinto-me por vezes vexado de que o Govêrno ainda não tivesse definido qual a sua política pelo que se refere às reparações.
O Sr. Velhinho Correia: — É função das oposições formularem essa pregunta ao Govêrno.