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Sessão de 4 de Julho de 1923
tura que modificou a sua maneira de pensar, começou a fornecer as cambiais à moagem. A que propósito?
Porque a moagem não tem capitais disponíveis em grande quantidade, e não os tem porque naturalmente os desdobra, fazendo bancos, companhias, o diabo a quatro.
A política do Ministério do Comércio, Sr. Presidente, em todo êste período também não deixa de ser notável e interessante, e o resultado de tudo isto, Sr. Presidente, é o que temos visto, não só com o que se tem dado com os Transportes Marítimos do Estado, como também com a situação vergonhosa em que se encontram as estradas do País, pois a verdade, Sr. Presidente, é que quem se vê na necessidade de as percorrer corre o risco de ficar com um rim deslocado.
Se bem que já por mais de uma vez se tenha chamado a atenção do Govêrno nesta casa do Parlamento para o assunto, e muito especialmente a atenção do Sr. Ministro do Comércio, o que é certo é que as estradas continuara a estar num estado verdadeiramente deplorável.
O Govêrno, Sr. Presidente, não pensa absolutamente em nada disto e o resultado é êste que eu acabo de expor à Câmara.
Já V. Ex.ªs estão vendo qual tem sido a acção do actual Ministério, pois a verdade é que não compreendo que um Govêrno que dispõe de maioria no Parlamento não trato por todos os meios de melhorar a situação do País, que na realidade não é boa.
A verdade, Sr. Presidente, é que o Govêrno prometeu a compressão das despesas, porém, o Govêrno até hoje não tem feito outra cousa senão alargar as despesas.
Apoiados.
Esta é que é a verdade e é esta desgraçadamente a situação em que o País se encontra.
A resposta dada pelo Sr. Portugal Durão foi de que se responsabilizava pelo pessoal que fazia a cobrança dos impostos.
A política de compressão já ninguém fala nela, quando a verdade é que, para se ganhar autoridade, é preciso que se reduzam as despesas.
Sr. Presidente: vou terminar, pedindo à Câmara que me perdoe o muito que abusei da sua paciência.
Não apoiados.
Não se trata de derrubar o Govêrno por uma ficção de oposição. Trata-se de uma oposição a sério, sem subterfúgios nem ciladas. Expusemos os nossos pontos de vista, e o Govêrno que exponha os seus.
Fazemos uma oposição sem recorrer a ardilezas, a acusações e ao enlameamento dos Ministros; fazemos a oposição que devemos fazer, em homenagem à pátria republicana.
Recapitulando um pouco o que disse, vou mandar para a Mesa uma moção que sintetiza a forma de pensar do Partido Nacionalista.
Essa moção diz o seguinte:
Moção
Considerando que nenhumas dificuldades têm sido levantadas pelo Parlamento ao actual Govêrno, antes lhe tendo sido dispensadas pelas minorias uma colaboração patriótica;
Considerando que as recomposições que em dezoito meses tem tido o Gabinete presidido pelo Sr. António Maria da Silva, não foram forçadas por atitudes de intransigência política das oposições;
Considerando que por esta forma se garantiu a estabilidade ministerial, sem a qual é impossível a realização duma obra governativa útil ao país;
Mas considerando que o actual Ministério, em vez de procurar realizar a conjugação dos esfôrços da Nação em torno da República, para a obra comum do ressurgimento, tem perseguido republicanos e vexado a consciência católica;
E considerando que a política externa do Govêrno, indefinida em matéria de reparações, ameaça de levar à ruína a Nação pela paralisação das nossas exportações mais importantes, tais como a dos vinhos e conservas;
E considerando mais, que toda a apregoada obra dêste Govêrno no tocante ao levantamento económico e financeiro do país se traduz pràticamente em elevar a cotação da libra de 60$ para 100$, com o correspondente aumento do custo de vida, fruto necessário duma política em que as despesas, em vez de serem comprimidas, são aumentadas assustadoramente; em